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Mensagens de voz não são perfeitas nem vilãs: conheça os prós e contras

A verdade é que elas podem ser benéficas para diferentes públicos e contextos, ao mesmo tempo que podem ser inadequadas em algumas situações

4 mai 2023 - 05h00
(atualizado às 10h45)
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Uma jovem sorridente segura um celular na horizontal próximo a boca. Ela tem a pele alva e sardinhas no rosto. Usa gorro e casaco pretos. Atrás e desfocados, há carros com faróis acesos.
Uma jovem sorridente segura um celular na horizontal próximo a boca. Ela tem a pele alva e sardinhas no rosto. Usa gorro e casaco pretos. Atrás e desfocados, há carros com faróis acesos.
Foto: Andrea Piacquadio / Pexels

Ou você ama ou odeia as mensagens de voz enviadas por aplicativos como WhatsApp ou Telegram. É difícil encontrar alguém que fique no meio do caminho. As discussões são apaixonadas e isso é compreensível. Mas a verdade é que elas podem ser benéficas para diferentes públicos e contextos, ao mesmo tempo que podem ser inadequadas para algumas situações.

O primeiro aspecto que eu gostaria de abordar é a inclusão. Eu sou uma das pessoas que prefere se comunicar por áudios em determinadas situações. 

Tenho deficiência visual e uso muito o ditado e outras formas de digitação no celular. 

Mas nem sempre eu consigo escrever tão rápido e de forma prática, embora isso seja perfeitamente possível. Quando eu preciso falar algo complexo ou contar uma história maior, prefiro usar o computador ou mandar mensagens de voz. 

Conheço várias outras pessoas cegas que utilizam com frequência o áudio como principal forma de comunicação. Também há pessoas com dificuldades de leitura e escrita e pessoas idosas. esse pode ser o único recurso disponível e não só uma alternativa mais prática, como no meu caso.

As mensagens de áudio também são uma alternativa no meio do caminho entre ligar e mandar uma mensagem de texto. E o melhor de tudo é que elas demonstram maior proximidade e intimidade, graças ao timbre, intensidade e outras características que tornam a nossa voz única e que pode alterar completamente o contexto de uma mensagem.

Um estudo publicado no Journal of Experimental Psychology mostrou que essa forma de comunicação digital fortalece a conexão social mais do que mensagens de texto ou e-mail.

Mas é claro que o áudio não é adequado em todos os contextos. Eu prefiro evitar as mensagens de voz quando quero transmitir uma informação de forma objetiva e concisa. Também evito usar em contextos formais, a não ser que eu tenha liberdade com a outra pessoa com quem estou conversando. 

O recurso também não é adequado para pessoas surdas e com dificuldade na comunicação verbal.

Mas o ruído maior parece estar em receber áudios extremamente longos e em grande quantidade. Nesse caso, temos uma quebra de expectativa entre quem envia e quem recebe a mensagem.

Foi por esse e outros motivos que eu disse no início que tudo vai depender do contexto e objetivo da mensagem. A escolha por enviar mensagens de áudio também vai depender do ambiente, circunstância, círculo social, preferências individuais e das influências sociais e culturais.

Talvez você ainda odeie ou ame as mensagens de voz e tudo bem. Meu objetivo não é te converter e sim mostrar outras perspectivas. O fundamental, no fim, é entender as preferências de cada um e fazer o melhor uso dos recursos disponíveis.

Fonte: Redação Byte
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