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Os túneis de Gaza, o alvo número um do exército israelense

18 jul 2014 - 12h47
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O principal objetivo do exército israelense ao entrar na Faixa de Gaza é neutralizar os túneis subterrâneos do reduto, utilizados pelos ativistas para se infiltrar no Estado hebreu, um pesadelo para as autoridades há muitos anos.

A estratégia dos túneis do movimento islamita palestino Hamas foi utilizada primeiramente a partir de 2006 no sul da Faixa, na fronteira com o Egito, para criar corredores de abastecimento e burlar o duplo bloqueio israelense e egípcio.

Inicialmente destinado ao contrabando de mercadorias, a rede tomou rapidamente uma dimensão militar, servindo para o transporte de armas, para conectar pontos estratégicos e penetrar em Israel.

"Dezenas de túneis percorrem a Faixa de Gaza, a maioria deles construídos e utilizados pelo Hamas. Trata-se de uma rede sofisticada, muito bem mantida, que conecta fábricas de construção de foguetes com rampas de lançamento e postos de comando", afirma o exército israelense, que identificou oito "pontos de acesso" a estes túneis desde quinta-feira.

Vários túneis, que desembocavam no lado israelense da fronteira, foram descobertos nos dois últimos anos, segundo o jornal Haaretz, que descreve as instalações como "sofisticadas e com serviços de telefone e eletricidade", algumas delas cavadas 20 metros abaixo da terra.

"Cavar estes túneis pode levar anos", ressalta um ex-funcionário militar israelense ao Haaretz.

Para o especialista israelense Daniel Nisman, "esta estratégia é inspirada diretamente na do Hezbollah (libanês)" e permite aguentar semanas durante um confronto com o exército israelense.

Os habitantes do sul de Israel, que afirmam ouvir sons de perfuração durante a noite ao lado de suas casas, exigem trincheiras de separação.

Classificados de "túneis do terror" pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o principal temor é que sirvam para realizar grandes ataques contra Israel.

As autoridades lembram que em 2006 o cabo Gilad Shalit foi sequestrado no sul de Israel por um comando do Hamas, que o transportou à Faixa de Gaza por via subterrânea. Detido durante cinco anos, foi libertado em troca de mais de mil prisioneiros palestinos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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