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"Pâncreas biônico" feito com iPhone combate diabetes

16 jun 2014 - 16h23
(atualizado às 17h58)
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Um iPhone modificado com um sensor e conectado a uma agulha inserida no paciente mostrou-se eficaz em manter os níveis de açúcar em pessoas com diabetes tipo 1, revelou um estudo publicado nos Estados Unidos.

Ao contrário das bombas normalmente usadas, este novo aparelho, construído a partir de um iPhone, aplica insulina e glucagon (hormônio que eleva o nível de glicose no sangue quando necessário) quase sem intervenção do paciente. O "pâncreas biônico" tem um sensor em uma agulha inserido debaixo dele, que controla automaticamente e em tempo real os níveis de sangue no organismo e injeta insulina ou glucagon em função da necessidade, com a ajuda de duas minibombas automáticas.

Este pâncreas artificial permitiu aos pacientes manter o nível correto de açúcar no sangue e, além disso, evitar variações perigosas do valor, explicaram os cientistas do Hospital de Massachusetts em um estudo publicado no domingo na revista americana New England Journal of Medicine.

A diabetes juvenil ou de tipo 1 se manifesta geralmente na infância ou entre adultos jovens. Trata-se de uma doença crônica causada pelo mau funcionamento do pâncreas, que às vezes é incapaz de produzir a quantidade necessária de insulina.

Atualmente, alguns diabéticos tratam a doença com bombas de insulina, que fornecem doses deste hormônio para manter os níveis de glicose. No entanto, essas bombas não se ajustam de forma automática em função das necessidades variáveis do paciente e também não fornecem glucagon.

"O pâncreas biônico baixa o nível médio de glicose no sangue em níveis que reduzem fortemente o risco de complicações diabéticas", afirmou Steven Russell, professor adjunto de Medicina no Hospital Geral de Massachusetts e coautor principal do estudo.

"É extremamente difícil para os diabéticos com as tecnologias atuais manter os níveis desejáveis de açúcar no sangue", acrescentou.

Os cientistas testaram o novo sistema durante cinco dias com 20 adultos que continuaram com sua atividade normal. Também avaliaram o "pâncreas artificial" com 32 adolescentes com diabetes tipo 1 durante cinco dias em um acampamento de férias.

No grupo de adultos, os cientistas constataram uma redução de cerca de 37% das intervenções para corrigir taxas muito baixas de açúcar (hipoglicemia) em comparação às realizadas com uma bomba tradicional. Enquanto isso, no grupo de adolescentes que usou o pâncreas biônico, a redução da hipoglicemia foi mais que o dobro. Os participantes registraram melhoras claras de sua glicemia com o pâncreas artificial, sobretudo durante a noite.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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