Pela 1ª vez, computador bate homem no pôquer 'Texas Hold'em'
Variante é mais difícil que outras por ser "imperfeita"
Depois de damas, xadrez e go, a inteligência artificial conseguiu vencer o homem no Texas Hold'em, a variante mais difícil e complexa do pôquer, que conta com milhares de versões possíveis.
O resultado, que foi publicado na revista Science, se deve ao DeepStack, programa de computador desenvolvido pelo Canadá e pela República Tcheca e que enfrentou e venceu 10 dos melhores jogadores profissionais do mundo após 3 mil partidas, "raciocinando" e usando sua "intuição" para reconsiderar a estratégia.
O algoritmo, então, conseguiu triunfar em um jogo "imperfeito", onde os competidores não possuem as mesmas informações e perspectivas e que, por isso, devem agir com sua intuição, refinada pelo aprendizado e pelo treino.
Comparado a outros programas de inteligência artificial, o DeepStack melhora a capacidade de pensar em toda e qualquer situação possível durante o jogo graças a uma técnica de resolução contínua. O algoritmo combina raciocínio recursivo para lidar com a assimetria das informações, "decomposição" dos passos para focar na decisão mais relevante e "intuição" sobre situações arbitrárias de jogos de pôquer, que são aprendidas automaticamente.
"Instruímos o sistema a aprender a avaliar as situações. Cada situação é uma micropartida de pôquer. Ao invés de resolver a partida inteira, o programa resolve milhões de micropartidas, cada uma das quais o ajuda a redefinir sua intuição de como o pôquer funciona", explicou o coordenador do projeto, Michael Bowling, professor do departamento de ciência da computação da Universidade de Alberta, no Canadá.