Pentágono gasta US$ 1 bilhão por ano em "armas de energia dirigida"
O governo federal teme que dinheiro para desenvolver armas a laser e microondas seja desperdiçado
O Pentágono, principal órgão militar dos Estados Unidos, está gastando US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) por ano para desenvolver armas a laser e microondas. O governo federal teme que o dinheiro seja desperdiçado.
De acordo com novos relatórios do Government Accountability Office (GAO), os militares dos EUA enfrentam sérios desafios tentando obter o que chamam de armas de energia direcionada, mas devem se esforçar para que as armas não caiam no que chamaram de “vale da morte”.
O Exército, a Marinha e a Força Aérea dos EUA trabalharam para desenvolver vários tipos de armas de energia direta. Os mais proeminentes são os lasers de alta energia (HEL) e as armas de microondas de alta potência (HPM).
- HEL é uma arma de feixe estreito boa para atingir alvos diretos como um drone ou um míssil;
- HPM atinge uma faixa mais ampla e pode ter usos menos letais, podendo derrubar um enxame de drones ou desativar veículos sem prejudicar os passageiros.
Ambas as armas viriam, hipoteticamente, com munições ilimitadas e seriam muito mais baratas de disparar do que as munições convencionais. Um interceptador projetado para derrubar um ICBM nuclear custa US$ 111 milhões (R$ 556,5 milhões). Um laser que fizesse a mesma coisa custaria o mesmo valor da geração de energia necessária para dispará-lo.
O problema, de acordo com o GAO, é que o Pentágono não tem nenhum plano para consolidar esses programas e realmente implantar armas funcionais.
“O DOD há muito notou uma lacuna – às vezes chamada de ‘o vale da morte’ – entre seu desenvolvimento e suas comunidades de aquisição que impedem a transição tecnológica. Por exemplo, a comunidade de aquisição pode exigir um nível mais alto de maturidade tecnológica do que a comunidade de desenvolvimento é capaz de produzir”, consta um relatório do GAO de abril.
De acordo com um relatório do GAO de maio, há três problemas principais com as armas:
- Limitações tecnológicas;
- Preocupações com o uso no campo de batalha;
- Questões éticas e de saúde.
A tecnologia não está madura e o Pentágono está tendo problemas para encontrar empreiteiros civis para ajudar a trabalhar nisso, segundo reportagem da Vice.
Tanto o HEL quanto o HPM são difíceis de alimentar por longos períodos de tempo, por exemplo, e as armas baseadas em laser perdem a eficácia em forte neblina ou chuva.
Há também o que o GAO chamou de “preocupações com o campo de batalha”. As armas são tão novas que as regras de engajamento em torno delas não são claras. As armas de microondas afetam uma área tão ampla que podem atingir indiscriminadamente alvos civis ou aliados em uma batalha.
Nas preocupações éticas, de acordo com o GAO, ninguém tem certeza de quais seriam os efeitos a longo prazo em pessoas que foram “expostas intencionalmente ou não”.