Pesquisadores classificam animal pré-histórico com ajuda de raio-x
Estudo identifica minerais de enxofre que tornam fósseis no arquipélago norueguês especialmente adequados para radiografia
Um estudo de pesquisadores da Universidade de Oslo utilizou exame de raios-X para a classificação de um fóssil de réptil marinho não identificado anteriormente de Edgeoya, Svalbard, na Noruega.
Segundo os achados, publicados na quarta-feira (31), na revista de acesso aberto PLOS ONE, a técnica pode fornecer informações futuras únicas sobre a vida antiga.
Técnicas de raios-X podem ser muito eficazes para investigar restos fósseis bem preservados, mas a utilidade desses métodos geralmente depende de como os materiais são preservados, o que varia de local para local.
No caso deste estudo, Victoria S. Engelschion e colegas demonstram que os fósseis da Formação Botneheia do Triássico Médio de Svalbard, são particularmente adequados para imagens radiográficas.
Réptil marinho
O objeto da pesquisa é um fóssil de um réptil marinho cujos restos são comprimidos e envoltos em xisto (camada de rocha sedimentar). Estima-se que ele tenha vivido há cerca de 240 milhões de anos, quando a região de Svalbard era coberta por um oceano.
Depois de morrer, ele afundou no fundo do mar e foi enterrado na lama, tornando-se extremamente achatado com o tempo. Originalmente escavado em 2008, a identidade deste fóssil tem sido debatida desde então.
Raio-x
Usando capturas de raios-X, a imagem do espécime revelou novos detalhes, incluindo características do crânio e dos dentes que permitiram aos pesquisadores concluir que este réptil provavelmente pertence à espécie de ictiossauro Phalarodon atavus.
A análise também examinou a mineralogia dos fósseis dessa formação, identificando múltiplas formas de minerais de sulfato, incluindo a barita de sulfato, que dá aos restos mortais um alto contraste de raios-X, permitindo a alta qualidade da imagem radiográfica.
Ainda assim, a formação desses minerais é pouco compreendida, mas pode estar ligada a condições criadas por atividades vulcânicas antigas.
Os pesquisadores dizem que este estudo não apenas demonstra a utilidade das técnicas de raios X para estudar esses fósseis, mas também identifica as condições que podem formar restos adequados para essas técnicas, em Svalbard e potencialmente em outros lugares.
“As rochas de Svalbard estão cheias de répteis marinhos achatados. Nossa descoberta do excepcional contraste de raios-X significa que podemos aprender muito mais sobre esses antigos predadores do que pensávamos anteriormente”, escreveram.