Pesquisadores encontram fóssil de 540 milhões de anos em MG
Cianobactéria de antes dos dinossauros reforça teorias da evolução de Darwin
Pesquisa realizada por cientistas brasileiros encontrou um fóssil de 540 milhões de anos, chamado de Ghoshia januarensis, em Minas Gerais, confirmando teoria de evolução de Charles Darwin.
Pesquisadores brasileiros encontraram um fóssil inédito de 540 milhões de anos, em Minas Gerais, o que coloca o país na ciência que estuda a evolução da vida. Chamado de Ghoshia januarensis, o achado é uma cianobactéria de 10 micrômetros (ou 10 milionésimos de metro).
Um estudo foi publicado na revista científica de Cambridge, no dia 18 de março. As informações foram compartilhadas pelo jornal OGlobo.
Matheus Denezine, Dermeval Aparecido do Carmo, Shuhai Xiao, Qing Tang, Vladmir Sergeev, Alysson Fernandes Mazonie e Carolina Zabini, os cientistas do estudo, descobriram sete espécies no município de Januária (MG).
Denezine, geólogo da Universidade de Brasília (UNB) e primeiro autor do artigo, afirma que a espécie foi descrita pela primeira vez no mundo.
A cianobactéria estava presente no período Pré-Cambriano, ou seja, antes dos dinossauros (e até dos animais com esqueletos) existirem.
“É uma descoberta que coloca o Brasil dentro do cenário de estudos sobre a evolução da vida”, disse o geológo ao OGlobo.
Ele destaca que a descoberta de mais uma cianobactéria aponta que existiam fósseis mais antigos, o que reforça a teoria da evolução de Charles Darwin, de que já existia vida há mais de 500 milhões de anos.
Os fósseis foram descobertos na Formação de Sete Lagoas, na bacia do São Francisco. A área geológica percorre Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia.
Os resultados da pesquisa mostram que a espécie habitava um ambiente marinho. Ela foi identificada em calcários pertencentes a essa formação. Outra constatação que pôde ser feita a partir da pesquisa é que toda essa região do país estava submersa há mais de 540 milhões de anos.
O projeto de pesquisa foi conduzido pela UnB, recebeu financiamento de diversas instituições, incluindo a Petrobras, além de contar com colaborações e parcerias com instituições como Unicamp, Virginia Tech (EUA), Academia Russa de Ciências e Universidade de Nanjing (China).
A Petrobras está envolvida no estudo devido ao interesse de encontrar possíveis reservas de óleo e gás. O estudo mostrou que o primeiro passo para o desenvolvimento de petróleo está presente – ou seja, há matéria orgânica que pode ter alcançado a temperatura correta para a produção de óleo, mas não há nenhuma confirmação disso ainda.