Pesquisadores explicam quando falhas na memória podem se tornar um problema; confira
Embora lapsos sejam comuns, isso pode ser um problema quando afeta o cotidiano
A perda de memória ou sensação de memória fraca pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade e ser ocasionada por diferentes fatores, mas, também, pode ser um dos primeiros sinais da doença de Alzheimer.
Em um artigo publicado no The Conversation, Cindy Jones, professora associada de Ciências Comportamentais da Bond University e Oliver Baumann, professor assistente da Escola de Psicologia da Bond University descreveram que, embora alguns sinais de falhas na memória possam ser comuns, há momentos em que é necessário buscar ajuda médica.
Seja esquecer a chave em algum lugar, uma panela no fogo ou um caminho que está habituado a fazer: situações da vida cotidiana podem nos fazer questionar se os lapsos de memória são normais, um sinal de declínio cognitivo ou mesmo o início de uma demência.
Segundo os pesquisadores, nem todos os lapsos de memória são devidos a alterações relacionadas à idade em nossos neurônios (células do cérebro). Em muitos casos, os fatores de influência são mais triviais, incluindo cansaço, ansiedade ou distração.
Quando buscar ajuda médica
Apesar de o nosso sistema de memória ter sido construído de forma que algum grau de esquecimento seja normal, a perda de dela torna-se um problema quando começa a afetar as tarefas do dia a dia.
Não é um grande problema se você não consegue se lembrar de virar à direita ou à esquerda. No entanto, esquecer por que você está ao volante, para onde deve ir ou mesmo como dirigir não é normal. Estes são sinais de que algo pode não estar certo e devem ser investigados mais a fundo, escreveu Jones.
O esquecimento é o sinal mais comum da demência, que resulta de uma variedade de doenças e lesões que afetam primariamente ou secundariamente o cérebro. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e pode contribuir para 60-70% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Pensa-se que a deficiência na navegação seja um marcador precoce da doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. Estudos de ressonância magnética (MRI) mostraram que as áreas que sustentam as memórias de forma crucial para o nosso ambiente espacial são as primeiras a serem afetadas por essa doença degenerativa.
Dessa forma, dizem os pesquisadores, um aumento notável nas ocasiões de perda pode ser um sinal de alerta para dificuldades mais pronunciadas e generalizadas no futuro.
Segundo eles, embora os lapsos de memória cotidianos não sejam algo com que devamos nos preocupar, é importante procurar aconselhamento profissional com um médico quando esses prejuízos se tornam mais marcantes e consistentes.
Ainda que não haja cura para a doença de Alzheimer, a detecção precoce permitirá planejar o futuro e um gerenciamento mais direcionado do distúrbio.