Pesquisadores tocaram Queen para ratos — e eles responderam dançando
Capacidade de balançar ao som de música sem nenhum treinamento era atribuída somente a humanos; ratos requebraram ao som de Queen e Mozart
Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Tóquio sugeriu que ratos são capazes de ouvir diferentes músicas e balançar a sua cabeça no ritmo das batidas, como fazem os humanos. Os roedores dançaram ao som de Queen, Lady Gaga e Mozart.
Muitos animais respondem a diferentes estímulos sonoros, são capazes de emitir sons de forma ritmada e, se treinados, podem até acompanhar músicas com movimentos. Mas mover-se com precisão acompanhando batidas musicais sem nenhum tipo de treinamento — o que chamamos de “sincronicidade de batida” — era uma habilidade atribuída majoritariamente a humanos.
Os cientistas também tentaram entender como a velocidade das batidas impactava as respostas dos ratos, e descobriram que o ritmo que mais gerava a sincronicidade de batida por parte dos roedores era similar ao dos humanos, uma faixa de 120 a 140 batimentos por minuto.
Isso indica que o funcionamento desse sistema de sincronização tem mais a ver com o tempo de resposta do cérebro, que é similar em todas as espécies, do que com o corpo dos animais.
"Os ratos exibiram uma sincronização inata — isto é, sem nenhum treinamento ou exposição prévia à música — de batidas mais distintas dentro de 120-140 batidas por minuto (BPM), para as quais os humanos também exibem a sincronização de batidas mais clara", explicou o professor Hirokazu Takahashi, um dos envolvidos no estudo.
A playlist do estudo contou com a "Sonata K.448", de Mozart, "Born This Way", de Lady Gaga, "Another One Bites the Dust", do Queen, "Beat It", de Michael Jackson e "Sugar", do grupo Maroon 5. Para descobrir o BPM ideal, as músicas foram tocadas em diferentes velocidades.
"A seguir, gostaria de revelar como outras propriedades musicais, como melodia e harmonia, se relacionam com a dinâmica do cérebro. Também estou interessado em como, por que e quais mecanismos do cérebro criam campos culturais humanos, como artes plásticas, música, ciência, tecnologia e religião", disse Takahashi.
"Acredito que esta pergunta é a chave para entender como o cérebro funciona e desenvolver a próxima geração de IA (inteligência artificial). Além disso, como engenheiro, estou interessado no uso da música para uma vida feliz."