Pessoas podem continuar conscientes depois da morte, diz pesquisa
Um artigo publicado na revista Resuscitation mostrou que pacientes mantiveram níveis de consciência mesmo com coração parado
Pesquisadores da Universidade de Nova York em Stony Brook, em parceria com vários outros hospitais e universidades, descobriram o fato assustador de que pessoas podem permanecer conscientes mesmo depois da morte.
As revelações sobre pacientes que mantiveram níveis de consciência mesmo depois que seus corações pararam de bater foram feitas em um artigo publicado na revista Resuscitation. A pesquisa analisou 2.060 casos de parada cardíaca.
Um dos homens que participou do estudo contou lembrar com precisão sobre o momento em que os médicos conseguiram ressuscitá-lo. No documento, diz: “O homem descreveu a percepção de observar eventos do canto superior da sala e continuou a experimentar uma sensação de olhar de cima para baixo”.
E prossegue: "Ele descreveu com precisão pessoas, sons e atividades de sua ressuscitação”. Os registros médicos do rapaz corroboraram especificamente com suas descrições, que também citavam o uso de desfibrilador externo automatizado.
Segundo o artigo, tudo isso provavelmente correspondeu a até três minutos de consciência entre a parada cardíaca e a recuperação.
O homem disse aos pesquisadores que ainda estava falando com a enfermeira, e, de repente, não estava mais. "Eu devo ter apagado... mas então eu me lembro vividamente de uma voz automatizada dizendo: "choque o paciente, choque o paciente", e com isso, no canto da sala havia uma mulher me acenando”, contou ele.
Ao longo do relato do paciente, ele lembra que, de cima, conseguia ver a enfermeira com um outro rapaz, na sala em que ele sofreu a parada cardíaca. “Ele tinha uniformes azuis e um chapéu azul, mas eu podia dizer que ele não tinha nenhum cabelo, por causa de onde o chapéu estava. A próxima coisa que me lembro é de acordar na cama”, contou.
"Quase morte" e consciência visual
Dos 2.060 casos envolvidos no estudo, realizado em 2014, apenas 330 pacientes sobreviveram às paradas cardíacas e deixaram o hospital.
Desses, muitos não se lembravam do que tinha acontecido, enquanto outros tinham uma vívida lembrança. Nove disseram ter vivido uma “experiência de quase morte” e dois relataram ter tido consciência visual durante as paradas cardíacas.
Apesar de haver compatibilidade entre diversos relatos e o que aconteceu de fato, e de muitos terem relatado ter vivido "experiências de quase morte", esse não foi o foco do estudo. A ideia principal era examinar a incidência de consciência e experiências mentais durante o processo da ressuscitação.