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Petrobras monta o Pégaso, seu maior supercomputador, com capacidade de 150 mil laptops

Equipamento de 30 toneladas ajudará a estatal a encontrar petróleo no fundo do oceano.

1 ago 2022 - 06h01
(atualizado às 09h59)
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Pessoas passam em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro
16/10/2019
REUTERS/Sergio Moraes
Pessoas passam em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro 16/10/2019 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Quando o seu trabalho é encontrar petróleo a centenas de milhas da costa e a quilômetros de profundidade, nada melhor do que chamar seres mitológicos para ajudar. Depois de Fênix, Atlas e Dragão, a Petrobras convocou o supercomputador Pégaso para auxiliar seus geofísicos na difícil tarefa de encontrar o lugar certo para perfurar poços exploratórios, ou identificar a existência de petróleo no fundo do oceano. Afinal, um furo no lugar errado pode significar um prejuízo de US$ 100 milhões para a empresa. Com imagens sísmicas mais bem definidas, o Pégaso vai reduzir os riscos geológicos e operacionais, assim como o tempo entre a descoberta de um campo e sua entrada em produção.

O Pégaso será o quarto e maior supercomputador da estatal e o sétimo do Brasil, País bem colocado no ranking mundial de supercomputadores segundo o professor da Coppe/UFRJ Álvaro Coutinho, diretor do núcleo avançado de computadores de alto desempenho da universidade.

"O Brasil é o 11.º país do mundo em quantidade de supercomputadores, sendo três da Petrobras, o que mostra que ela tem um alto nível tecnológico. Estamos super bem colocados e, com o Pégaso, vamos ficar entre os 10 maiores", disse Coutinho.

Como é a instalação

A montagem começou em julho, em Vargem Grande, no Rio de Janeiro, e até o final do ano o novo supercomputador, de 30 toneladas, vai entrar em operação. Quando estiver funcionando, terá a mesma capacidade de 150 mil laptops ou 6 milhões de celulares. Foram necessários 32 caminhões para levar todas as peças, que alinhadas correspondem à altura de um prédio de 10 andares (35 metros).

O Pégaso vem se juntar ao Fênix, ao Atlas e ao Dragão, três supercomputadores instalados nos últimos três anos e que elevaram a capacidade de processamento da estatal de 10, 2 petaflops em 2019 para 42 petaflops em 2021. Cada petaflop - sigla de Floating-point Operations Per Second - realiza 1 quatrilhão de cálculos por segundo.

História

Consultor master da Petrobras há 35 anos na área de tecnologia, Luiz Rodolpho Monnerat conta que os supercomputadores começaram a chegar à companhia em 2007, após a descoberta do pré-sal, e levaram alguns anos para atingir os 42 petaflops atuais. A Petrobras foi pioneira na América Latina no uso de placas gráficas para fazer processamento sísmico e uma das primeiras também a usar computadores de alta performance.

Com o Pégaso, a petroleira vai dobrar de capacidade e fechar o ano com 80 petaflops, agregando outros pequenos clusters (conjuntos) de computação, um deles apelidado de Tatu. Sozinho, o novo equipamento tem 62 petaflops, fazendo em segundos, por exemplo, o que um laptop poderia levar semanas.

"Desde os anos 70 a Petrobras trabalha com computadores de alta performance, mas não dá para comparar com o Pégaso. À medida que os processadores vão ficando mais rápidos, você consegue resolver problemas numéricos mais desafiadores e trazer mais economia para a empresa", explica Monnerat.

Precisão e rapidez resultam em economia

• Mais precisão

O Pégaso torna possível gerar imagens sísmicas mais precisas da subsuperfície de áreas onde a Petrobras quer produzir ou descobrir petróleo, como a Margem Equatorial, uma nova fronteira que a estatal está prestes a desbravar. "Você tem menos chance de furar um poço seco a 100 metros do lugar certo, por exemplo", explica Luiz Rodolpho Monnerat, consultor master da Petrobras há 35 anos na área de tecnologia.

• Economia

"Com uma imagem melhor, em vez de colocar oito poços no campo, você faz seis, porque consegue ver os melhores lugares para perfurar", diz o consultor Luiz Rodolpho Monnerat, lembrando que, com isso, a Petrobras economiza alguns milhões de dólares.

• Viabilidade

Segundo Monnerat, há 10 anos, um computador com essa capacidade custava no mínimo US$ 3 bilhões e hoje a empresa paga US$ 300 milhões pela sua utilização por cinco anos, quando deverá se tornar obsoleto. "Sempre teve supercomputadores, mas há 10 anos era inviável construir um Pégaso, o retorno econômico não seria o mesmo. A gente investe nisso porque espera um retorno maior do que o investimento", explica o consultor.

• Capacidade

Com o Pégaso, a petroleira vai dobrar de capacidade e fechar o ano com 80 petaflops (unidade de desempenho, especialmente no processamento de cálculos), agregando outros pequenos clusters (conjuntos) de computação. Sozinho, o novo equipamento tem 62 petaflops, fazendo em segundos, por exemplo, o que um laptop poderia levar semanas.

Estadão
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