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Pílula que "imita exercício físico" no corpo é apresentada por cientistas

Pesquisadores desenvolveram compostos que imitam os benefícios do exercício em células de roedores, podendo ser benéfico em casos diversos

22 mar 2024 - 13h12
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Exercício em uma pílula? Novo composto imita o impulso físico do treino — pelo menos em ratos
Exercício em uma pílula? Novo composto imita o impulso físico do treino — pelo menos em ratos
Foto: Meu Valor Digital

Pesquisadores desenvolveram compostos que imitam os benefícios do exercício em células de roedores, oferecendo potencialmente novos tratamentos para atrofia muscular e doenças como insuficiência cardíaca e Alzheimer.

A iniciativa foi apresentada no evento ACS Springs (American Chemical Society), realizado em Nova Orleans, nos Estados Unidos, nesta semana. 

A expectativa é que no futuro uma pílula poderá oferecer alguns dos mesmos benefícios que o exercício. Segundo os pesquisadores, os novos compostos parecem capazes de imitar o impulso físico do treino – pelo menos nas células dos roedores.

“Não podemos substituir o exercício; o exercício é importante em todos os níveis”, afirmou no evento Bahaa Elgendy, investigador principal do projeto."Mas há muitos casos em que é necessário um substituto.”

A nova terapia também poderia ajudar as pessoas que enfrentam perda muscular devido a doenças ou envelhecimento.

Potencial da droga que imita o exercício

Professor de anestesiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, Elgendy, e seus colegas de estudo esperam recapitular seus potentes efeitos físicos – ou seja, a capacidade do exercício de melhorar o metabolismo e o crescimento das células musculares, juntamente com a melhoria muscular com o advento de uma pílula. 

Um medicamento que possa imitar estes efeitos poderia compensar a atrofia e a fraqueza muscular que podem ocorrer à medida que as pessoas envelhecem ou estão com câncer, certas condições genéticas ou outras razões pelas quais não conseguem realizar atividade física regular. 

Também poderia potencialmente contrariar os efeitos de outras drogas, como novos medicamentos para perda de peso que causam a perda de gordura e músculos, disse Elgendy em entrevista ao Sci Tech Daily. 

Como funciona?

As alterações metabólicas associadas ao exercício começam com a ativação de proteínas especializadas, conhecidas como receptores relacionados ao estrogênio (ERRs), que se apresentam em três formas: ERRα, ERRβ e ERRγ. 

Após cerca de uma década de trabalho, Elgendy e seus colegas desenvolveram um composto chamado SLU-PP-332, que ativa todas as três formas, incluindo o alvo mais desafiador, o ERRα. 

Este tipo de ERR regula a adaptação ao estresse induzida pelo exercício e outros processos fisiológicos importantes nos músculos. Em experiências com ratos, a equipa descobriu que este composto aumentava um tipo de fibra muscular resistente à fadiga, ao mesmo tempo que melhorava a resistência dos animais quando corriam numa passadeira para roedores.

Para identificar o SLU-PP-332, os pesquisadores examinaram a estrutura dos ERRs e como eles se ligam às moléculas que os ativam. Então, para melhorar sua descoberta e desenvolver variações que pudessem ser patenteadas, Elgendy e sua equipe projetaram novas moléculas para fortalecer a interação com os receptores e, assim, provocar uma resposta mais forte do que a que o SLU-PP-332 pode fornecer. 

Ao desenvolver os novos compostos, a equipe também otimizou as moléculas para outras características desejáveis, como estabilidade e baixo potencial de toxicidade.

Fonte: Redação Byte
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