Pinguim preto é registrado na Antártida; espécie é considerada rara
Pela segunda vez, biólogos avistaram um pinguim-gentoo com melanismo, condição genética que resulta em penas escuras
Um pinguim-gentoo com plumagem escura foi avistado na Antártida por biólogos. A ave é apenas o segundo pinguim-gentoo a ser documentado com melanismo, uma condição rara que causa a superprodução de pigmentos escuros na pele e nas penas das aves.
Os pinguins-gentoo (Pygoscelis papua), que vivem nas ilhas rochosas que cercam a Antártida, normalmente têm barrigas claras e costas mais escuras que os camuflam contra predadores enquanto nadam.
Mas, em dezembro de 2022, pesquisadores que estudavam a espécie encontraram e fotografaram uma ave adulta com plumagem surpreendentemente diferente.
Em vez de penas brancas na parte inferior das asas, este pinguim-gentoo tem nadadeiras totalmente pretas. Sua barriga é uma mistura de branco e preto, com uma linha escura da garganta até os pés. Os pés, olhos, cabeça e bico da ave apresentam colorações normais.
Os pesquisadores concluíram que o pinguim-gentoo tinha melanismo, uma condição genética que causa uma superprodução de melanina, um grupo de pigmentos que dá cor aos pássaros. A quantidade e o tipo de melanina que cada ave produz pode variar de acordo com a espécie, dieta e indivíduo.
“Embora a coloração dos pinguins seja uma estratégia evolutiva de longo prazo que os ajuda a evitar a predação, não creio que a coloração deste pinguim o coloque em sério risco”, disse Heather Lynch, da Universidade Stony Brook, em entrevista ao NewSpace.
“Ser um pinguim já é bastante arriscado", disse a pesquisadora, que não está envolvida neste estudo.
O pinguim é o primeiro de sua colônia, localizada em Hope Bay, na Antártida, a ser visto com melanismo. O único caso previamente documentado de melanismo em um pinguim-gentoo foi em 1997, quando investigadores detectaram um fenômeno semelhante num indivíduo que vivia em uma Colônia em Paradise Bay, na Antártida.