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Polícia italiana usa redes sociais para prender pichadores

Presos terão de ressarcir até 100 mil euros; país terá Dia Nacional de Limpeza contra problema que afeta grandes cidades

3 set 2014 - 10h59
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<p>Suspeitos usavam apelidos como cruise, crsr, coter, resh, rasche, sobe, bruc e lod, que foram procurados pela polícia no Facebook</p>
Suspeitos usavam apelidos como cruise, crsr, coter, resh, rasche, sobe, bruc e lod, que foram procurados pela polícia no Facebook
Foto: BBC News Brasil

A polícia italiana está recorrendo cada vez mais às redes sociais como Facebook e YouTube para desmascarar os autores de pichações, consideradas um grande problema no país.

Na cidade de Pádua, no norte da Itália, a polícia local prendeu quatro pichadores que deixaram suas marcas em mais de 120 edifícios da cidade. Segundo um porta-voz, as pistas definitivas para a captura foram encontradas no Facebook.

Os policiais, membros de uma equipe especial anti-pichação, fizeram um banco de dados com "tags", ou assinaturas, dos quatro jovens com idades de 17 a 25 anos. Dessa maneira eles obtiveram um mapa da cidade que documentava a atuação de cada um deles.

Os suspeitos usavam apelidos como cruise, crsr, coter, resh, rasche, sobe, bruc e lod, que foram procurados pela polícia no Facebook. Alguns dos grafiteiros chegaram a se vangloriar de seus atos na rede social.

Os policiais não revelam em detalhe o seu método, mas dizem que comparando posts no Facebook com as outras informações que tinham, conseguiram descobrir as identidades escondidas por trás das abreviaturas.

Agora os acusados terão que ressarcir os danos, estimados em 100 mil euros (cerca de 300 mil reais), ou repintar os muros danificados. Eles chegaram a pichar um edifício do século 15.

Facebook e YouTube

O caso mostra o crescente monitoramento de redes sociais pela polícia para chegar aos autores de pichações, que causam danos milionários às cidades italianas todos os anos.

Em Milão, um grupo que pintava os vagões de trem do metrô da cidade foi capturado depois que os filmes feitos pelas câmeras de vigilância foram comparados a vídeos publicados pelos próprios pichadores no YouTube.

Nas casas deles foram encontradas chaves para depósitos usados pela companhia ferroviária. Os membros da gangue chegaram a pintar um veículo com passageiros dentro.

O exemplo de Milão, no norte da Itália, mostra as dimensões do problema: a prefeitura estima que, dos 50 mil edifícios da cidade, cerca de 20 mil tenham alguma forma de grafite ou pichação.

Segundo a Associação Nacional Antigrafite, é muito difícil prender os autores das pichações. Nos últimos três anos foram processados apenas cerca de 200 pessoas em Milão, diz a associação. A entidade estima que haja um total de 1.300 grafiteiros na cidade, divididos em 340 grupos.

No próximo dia 28 de setembro a associação vai organizar o segundo "Cleaning Day Nazionale". O evento reúne grupos em toda a Itália que fazem mutirão por um dia a retirar as marcas dos grafiteiros dos edifícios em várias cidades.

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