Poluição do ar enfraquece ossos e aumenta risco de fraturas, diz estudo
Pesquisadores acreditam que melhorias na exposição à poluição do ar reduzirão os danos ósseos em mulheres na pós-menopausa
Níveis elevados de poluentes atmosféricos estão associados a danos ósseos entre mulheres na pós-menopausa. É o que mostra uma nova pesquisa liderada por cientistas da Columbia University Mailman School of Public Health. Os resultados foram publicados na revista científica eClinicalMedicine.
Pesquisadores avaliaram dados de 9.041 mulheres na pós-menopausa (a partir de 55 anos, em média) que foram coletados ao longo de seis anos. As análises envolveram a densidade mineral óssea, um indicador indireto de osteoporose e risco de fratura.
A equipe mapeou os endereços para estimar níveis de partículas poluentes como óxido nítrico, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e material particulado PM10 (poluição menor que 10 micrômetros, o diâmetro de um glóbulo vermelho).
Eles descobriram que à medida que a poluição aumentava, a densidade mineral óssea diminuía em todas as áreas ósseas do corpo – incluindo pescoço, coluna e quadril. Os efeitos foram mais evidentes na coluna lombar, com óxidos nitrosos duas vezes mais prejudiciais à área do que o observado com o envelhecimento normal.
Aproximadamente 2,1 milhões de fraturas ósseas relacionadas à osteoporose ocorrem anualmente, resultando em até US$ 20,3 bilhões (R$ 105,44 bilhões) em custos anuais diretos de saúde.
A condição afeta mais as mulheres do que os homens: na pós-menopausa elas correm maior risco, com uma em cada duas mulheres com mais de 50 anos sofrendo uma fratura óssea devido à osteoporose.
Impacto dos diferentes elementos no ar
Análises anteriores mostraram uma associação entre pior poluição do ar e maior risco de fraturas ósseas, bem como maior perda óssea ao longo do tempo. No entanto, esta pesquisa adiciona dados sobre mulheres na pós-menopausa em particular e sobre diferentes misturas de poluição.
"Nossas descobertas confirmam que a má qualidade do ar pode ser um fator de risco para perda óssea, independente de fatores socioeconômicos ou demográficos", disse em um comunicado Diddier Prada, biomédico da Universidade de Columbia, em Nova York.
A equipe destacou a ligação entre o nitrogênio e a coluna vertebral. Um salto de 10% desse tipo de poluição ao longo de três anos foi associado a uma perda média anual de 1,22% na densidade mineral óssea da coluna lombar, o dobro da quantidade que a equipe calculou com base no envelhecimento normal.
Segundo os pesquisadores, isso provavelmente se deve à morte das células ósseas causada por mecanismos como o estresse oxidativo, em que moléculas tóxicas do ambiente causam danos ao corpo.
Ainda assim, dizem os cientistas, a pesquisa não é suficiente para provar uma relação causal – que a está definitivamente levando à perda óssea – mas considerando o total de pesquisas que surgiram recentemente, parece uma hipótese cada vez mais plausível.