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Por que algumas pessoas atraem mais mosquitos? Pista está no cheiro

O odor humano orienta a termotaxia do inseto e a seleção do hospedeiro em condições naturais

22 mai 2023 - 15h19
(atualizado em 24/5/2023 às 11h45)
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Anopheles gambiae, mosquito africano da malária, exibe forte impulso inato para procurar humanos (Imagem: jcomp/Freepik)
Anopheles gambiae, mosquito africano da malária, exibe forte impulso inato para procurar humanos (Imagem: jcomp/Freepik)
Foto: Canaltech

Os mosquitos que voam livremente gravitam em direção ao dióxido de carbono encontrado na respiração humana. Isso explica porque algumas pessoas atraem mais os mosquitos. Um estudo divulgado nesta sexta-feira (19) revela que pode ser por causa do cheiro que a pessoa exala

Cientistas ajudaram a determinar os vários produtos químicos de odor corporal que atraem os insetos. O experimento foi divulgado pela Current Biology. 

O professor e microbiologia Conor McMeniman, junto com os pesquisadores de pós-doutorado da Bloomberg e os primeiros autores do estudo, Diego Giraldo e Stephanie Rankin-Turner, focaram no Anopheles gambiae, espécie de mosquito encontrada na África subsaariana.  

Este inseto, que dissemina a malária, mostra um forte impulso inato para procurar humanos em seu ambiente sensorial, entrando nas casas para pousar na pele humana nas horas próximas à meia-noite.

“A malária continua a causar mais de 600 mil mortes por ano, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade e também mulheres grávidas. Isso causa muito sofrimento em todo o mundo, e parte da motivação para este estudo foi realmente tentar entender como os mosquitos que transmitem a malária encontram os humanos”, diz McMeniman, principal autor do estudo.

O experimento

  • Os cientistas buscaram comparar as preferências olfativas dos mosquitos entre pessoas distintas, observar a capacidade dos insetos de rastrear cheiros a distâncias de 20 metros e estudá-los durante suas horas mais ativas, entre 22h e 2h;
  • Para o estudo, os pesquisadores criaram uma instalação protegida do tamanho de uma quadra de basquete. No local havia seis tendas onde os voluntários do estudo dormiriam;
  • O ar das tendas, contendo o hálito característico e o odor corporal dos participantes, foi bombeado por tubos para dentro da instalação principal, em almofadas absorventes, aquecidas e infundidas com dióxido de carbono para imitar um ser humano dormindo;
  • Centenas de mosquitos na instalação principal tiveram acesso aos odores das pessoas dormindo;
  • Câmeras infravermelhas acompanharam o movimento dos mosquitos em direção às diferentes amostras;
  • O estudo ressalta que os mosquitos usados no experimento não estavam infectados com malária e não conseguiam atingir os humanos enquanto dormiam. 

Resultados

Os pesquisadores descobriram que algumas pessoas atraem mais mosquitos do que outras. O estudo também fez análises químicas do ar nas tendas que revelaram as substâncias causadoras de odor que atraem ou não os mosquitos.

Os mosquitos foram mais atraídos pelos ácidos carboxílicos do ar, incluindo o ácido butírico, um composto encontrado em queijos “fedidos” como Limburger. Esses ácidos carboxílicos são produzidos por bactérias na pele humana e geralmente não são perceptíveis para nós.

O estudo destacou suas principais etapas e descobertas:

  • Desenvolvimento de um teste de cheiro de múltipla escolha expansivo e naturalista para mosquitos;
  • CO2 e outros componentes do aroma humano orientam a termotaxia (reação ao calor ou ao frio) do mosquito da malária;
  • O mosquito da malária exibe preferências olfativas para alguns humanos, em detrimento de outros;
  • Ácidos carboxílicos estão associados à atratividade humana para o mosquito da malária.

Os ácidos carboxílicos atraíam os mosquitos, mas outro produto químico chamado eucaliptol, encontrado nas plantas, parecia espantá-los. Os pesquisadores suspeitaram que uma amostra com alta concentração de eucaliptol poderia estar relacionada à dieta de um dos participantes.

“Essa descoberta abre caminhos para o desenvolvimento de repelentes que podem ser usados para alterar o comportamento de busca de hospedeiros dos mosquitos, controlando assim os vetores da malária em regiões onde a doença é endêmica”, disse Edgar Simulundu, coautor do estudo.

Os pesquisadores afirmam que lavar-se com sabão ou exagerar no perfume não remove os odores naturais que atraem os mosquitos. Porém, afirmaram que o estudo nos dá algumas pistas muito boas sobre o que os mosquitos usam para nos caçar, e entender o que é é essencial para darmos os próximos passos nesse campo.

Fonte: Redação Byte
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