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Por que algumas pessoas realmente são ímãs de mosquitos  

Pesquisa sugere que certos odores corporais são o fator decisivo, mesmo com o passar dos anos

20 out 2022 - 05h00
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Voluntáriios foram expostos mosquitos Aedes aegypti, a principal espécie de vetor do zika, dengue, febre amarela e chikungunya
Voluntáriios foram expostos mosquitos Aedes aegypti, a principal espécie de vetor do zika, dengue, febre amarela e chikungunya
Foto: Syed Ali / Unsplash

Você já esteve de férias na praia ou em um sítio e voltou coberto de picadas de mosquito? Enquanto isso, as outras pessoas que estavam no mesmo ambiente parecem ter escapado do “banquete”? Isso pode ser efeito de um ácido graxo liberado pela pele, que causa um cheiro — como um perfume irresistível para esses insetos.

As descobertas foram feitas por pesquisadores da Universidade Rockefeller (EUA). Um estudo descrevendo os achados foi publicado na revista científica Cell na terça (18).

Para comprovar essa teoria e conduzir o estudo, Leslie Vosshall, professora da Universidade Rockefeller e diretora científica do Howard Hughes Medical Institute e sua equipe recrutaram 64 voluntários, que foram avaliados durante três anos e tiveram que usar meias de nylon nos antebraços por seis horas por dia durante vários dias.

As meias foram então coletadas e os mosquitos Aedes aegypti — a principal espécie de vetor do zika, dengue, febre amarela e chikungunya — foram expostos às vestes. Os cientistas não sabiam quais meias foram usadas por cada um dos participantes.

Ímã para mosquitos

Os resultados mostraram que o alvo mais atraente para o Aedes aegypti foi o sujeito 33, que se mostrou quatro vezes mais suscetível para os mosquitos do que o próximo participante mais atraente do estudo, e surpreendentemente 100 vezes mais atraente do que o menos atraente, o sujeito 19. Nas análises, eles perceberam que algo incomum estava acontecendo em qualquer teste envolvendo o Sujeito 33, porque os insetos se aglomeravam em direção a essa amostra.

Os participantes foram separados em dois grupos: atratores altos e baixos. Em seguida, os cientistas se questionaram o que os diferenciava. Eles usaram técnicas de análise química para identificar 50 compostos moleculares no sebo (uma barreira hidratante da pele) dos participantes de alta atratividade. 

Com isso, descobriram que os “ímãs dos mosquitos” produzem ácidos carboxílicos em níveis muito mais altos do que os voluntários menos atraentes. Essas substâncias estão no sebo e são usadas por bactérias em nossa pele para produzir nosso odor corporal único. 

Pesquisadores escreveram que alguns sujeitos estiveram no estudo por vários anos e foi percebido que, se fossem considerados um ímã de mosquito, continuariam sendo um por muito tempo. “Muitas coisas poderiam ter mudado sobre o assunto ou seus comportamentos ao longo desse tempo, mas essa era uma propriedade muito estável da pessoa”, disseram. 

Agora, o time de pesquisa quer saber se cobrir a pele de uma pessoa com “alta atratividade” com o sebo de uma pessoa com “baixa atratividade”  pode fornecer algum efeito ilusório aos insetos, mas serão necessários mais estudos.

Fonte: Redação Byte
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