Por que arma disparou e matou advogado dentro de máquina de ressonância?
Por conta do magnetismo, exame não é indicado nem mesmo para paciente com DIU ou estilhaços de bala
O advogado Leandro Mathias, de 40 anos, morreu após 21 dias internado devido a um tiro que levou na barriga quando teve sua própria arma "puxada" por um equipamento de ressonância magnética.
O caso ocorreu no dia 16 de janeiro, em um estabelecimento na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, Jardim Paulista, no centro de São Paulo. Ele foi atingido pelo disparo acidental quando a máquina do exame foi ligada.
Mathias havia assinado um termo com orientações para retirar objetos com metal por causa do forte campo magnético emitido pelo equipamento. De acordo com especialistas, a força é tão grande que é capaz de levantar um carro grande e até um ônibus duplo.
A máquina de ressonância necessita criar um campo magnético para gerar as imagens usadas em diagnósticos médicos.
Como pode ter ocorrido o acidente
Análises de ressonância magnética possuem regras específicas e obrigatórias quando se trata de objetos metálicos. Nesta avaliação, por exemplo, pessoas que tenham metais dentro do corpo, como Stent (tubo colocado dentro da artéria para evitar entupimentos) ou mesmo o DIU (estrutura em formato de T colocada no útero da mulher para evitar a concepção), não devem realizar o exame.
No caso de Mathias, quando o exame foi iniciado, a arma foi puxada como se houvesse um forte "ímã" dentro do aparelho, disparando e atingindo a barriga do paciente. O protótipo estava carregado com 30 munições.
Segundo o Instituto Ammo, a maioria dos projéteis de arma de fogo são compostas de materiais não ferromagnéticos, como ferro, níquel e cobalto. No entanto, esses itens são frequentemente "contaminados" por metais atraídos por ímãs.
Desta forma, mesmo pacientes com "balas", estilhaços, ou outros objetos balísticos semelhantes devem pensar nos riscos e benefícios ao realizar uma ressonância magnética.