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Por que às vezes o mar não tem ondas? Física explica efeito que prejudicou Medina nas Olimpíadas

Gabriel Medina perdeu a chance de levar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos devido às condições do mar na praia Teahupoʻo, no Taiti

6 ago 2024 - 10h51
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Mar sem ondas: entenda fenômeno que atrapalhou Medina em disputa do ouro
Mar sem ondas: entenda fenômeno que atrapalhou Medina em disputa do ouro
Foto: William Lucas/COB / Olimpíada Todo Dia

O surfista brasileiro Gabriel Medina perdeu a chance de levar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos devido às condições do mar na praia Teahupoʻo, no Taiti, onde acontecem as provas de surfe. 

As ondas não ajudaram o brasileiro, que não teve sorte na bateria e viu o australiano Jack Robinson pegar um tubo raro no dia para vencer o duelo e avançar para a final. Após cair na semi, Medina disputou o bronze contra o peruano Alonso Correa e, diferentemente da rodada anterior, aproveitou a boa sequência de ondas e garantiu a medalha para o Brasil

Depender da natureza é um risco na competição; em 2020, nas Olimpíadas de Tóquio, houve a discussão em torno do local da competição, se ocorreria em uma piscina artificial ou no oceano. Por fim, o comitê organizador definiu que a modalidade seria disputada no mar. 

As provas do surfe das Olimpíadas 2024 foram adiadas algumas vezes por conta das condições climáticas e do mar. Mas, afinal, por que às vezes tem ondas ou não no oceano?

Formação de ondas

As ondas do mar se formam a partir da ação do vento, que transfere parte de sua energia para a água, gerando ondulações. Por isso, em eventos esportivos, como o surfe, a vela e a canoagem, é importante verificar as condições climáticas e as características da região onde acontecem as provas, já que a força das ondas é determinada de acordo com a intensidade e a duração do vento. 

Mas, além da influência dos ventos, as ondas também podem surgir a partir de tremores ocorridos nas profundezas dos oceanos ou de eventos extremos.

"Praticamente 99% da energia acumulada nas ondas provem da energia transferida dos ventos sobre a superfície do mar. Apenas uma fração ínfima é devida aos maremotos e erupções vulcânicas (Tsunamis) além da atração gravitacional dos astros (Sol e Lua) se considerarmos a maré como uma onda de longo período (duração)", explica o oceanógrafo David Zee em artigo publicado no Olhar Oceanográfico, projeto da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Ventos transferem energia para o mar na forma de ondas

Na física, as ondas são um fenômeno de propagação de energia de um ponto a outro, sem que ocorra transporte de matéria. 

Os ventos ao soprarem sobre a superfície lisa do mar formam inicialmente pequenas rugosidades chamadas de ondas capilares. A presença das rugosidades confere ainda mais atrito que possibilita maior transferência de energia dos ventos aumentando gradativamente a altura das ondas, explica em artigo o oceanógrafo David Zee.

"Essas ao se chocarem umas nas outras distribuem melhor a energia acumulada nas ondas, iniciando seu processo de propagação e de uniformização. Assim elas viajam da sua região de formação até atingirem algum obstáculo que são as ilhas e os continentes", diz. 

Fonte: Redação Byte
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