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Por que desenho de futura mulher corcunda não tem base científica

Projeção em 3D foi divulgada por uma empresa canadense de móveis e associava imagem a trabalhadores de home office

21 jun 2023 - 16h45
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Imagem viralizou nas redes após publicação da empresa canadense "Furniture at Work"
Imagem viralizou nas redes após publicação da empresa canadense "Furniture at Work"
Foto: Reprodução

Imagens de uma mulher corcunda e com mãos viradas como garras assustou os adeptos ao home office nesta semana. A foto da modelo virtual "Anna" foi associada a como seria no futuro o corpo de uma pessoa que trabalha de casa. 

A projeção em 3D foi divulgada por uma empresa canadense de móveis; mas, não há embasamento científico que comprove uma relação entre a imagem da mulher corcunda e o trabalho remoto. 

Erroneamente, um estudo científico foi associado à simulação 3D. Porém, na realidade, o estudo revela que ter um espaço de trabalho adequado estava relacionado ao bom desempenho do trabalhador, independente se realizado em casa ou em um escritório

O texto da empresa canadense foi retirado do ar e não houve um pronunciamento da loja sobre a publicação. Em seu blog, eles afirmavam que, após consultas a especialistas e a estudos científicos, pediram a um designer a projeção em 3D de possíveis mudanças nos corpos de quem trabalha em casa. 

A pesquisa "verdadeira"

Um dos estudos que acabou sendo associado às imagens é uma pesquisa da Universidade de Leeds, no Reino Unido. Por propagação nas redes sociais e em veículos de mídia internacionais, as imagens da loja canadense foram associadas equivocadamente ao estudo.

Na publicação da loja, porém, não há menção a esta pesquisa, que foi conduzida pelo pesquisador Matthew Davis.

A pesquisa da Universidade de Leeds relata que 27% dos trabalhadores britânicos em escritórios não têm acesso a um espaço de trabalho adequado em casa.

"Essas alegações [da empresa] não refletem nossos resultados de pesquisa", disse Matthew Davis, professor responsável pela pesquisa, em resposta ao G1. 

Davis afirmou ao portal de notícias que é provável que parte desses 27% trabalhem na mesa da cozinha, sentadas no sofá ou em camas.

"Isso não significa que a maioria dos trabalhadores em home office no futuro sofrerá problemas de saúde e musculoesqueléticos", ressaltou.

A pesquisa da Universidade de Leeds foi publicada em 2022, visando mostrar como a pandemia de covid-19 afetou as formas de trabalho e os trabalhadores.

Fonte: Redação Byte
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