Por que especialistas consideram absurdas obras nas pirâmides do Egito
Polêmica se deu após imagens do trabalho no sítio arqueológico serem compartilhadas nas redes sociais
Um projeto de restauração do exterior de granito de uma das pirâmides de Gizé, no Egito, gerou uma onda de reações em especialistas. A polêmica se deu após imagens do trabalho no sítio arqueológico serem compartilhadas nas redes sociais.
Nas imagens, trabalhadores aparecem escavando o solo em frente à pirâmide de Menkaure, a menor das três pirâmides de Gizé. A escavação revela uma parte de sua base coberta de granito, que anteriormente estava enterrada sob a areia.
O vídeo foi postado, na última sexta-feira (26), no Facebook, pelo secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Mostafa Wazira.
Criticando as ambições do projeto pelo seu “absurdo”, especialistas repercutiram ao vídeo, conforme reportou a AFP.
"Impossível! A única coisa que faltou foi adicionar azulejos à pirâmide de Menkaure! Quando vamos acabar com o absurdo na gestão do patrimônio egípcio?", disse à AFP a egiptóloga Monica Hanna.
“Todos os princípios internacionais sobre renovações proíbem tais intervenções”, acrescentou, apelando aos arqueólogos para “mobilizarem-se imediatamente”.
Segundo Mostafa Wazira, o projeto visa revestir de blocos de granito as ruínas da pirâmide de Menkaure.
Segundo o secretário, apenas sete fileiras do revestimento de granito permanecem de pé. Nos próximos três anos, o projeto visa restaurar o revestimento da pirâmide à sua altura original, utilizando alguns dos seus blocos — agora caídos — que estão amontoados em torno da sua base.
Salima Ikram, egiptóloga da Universidade Americana do Cairo, disse que o projeto poderia funcionar desde que utilizassem apenas as pedras originais, conforme citado pelo Business Insider.
O Telegraph relata que o Ministério Egípcio de Antiguidades formou um comitê para examinar o projeto, e seu veredicto determinará se ele continuará.