Por que glitter é tão tóxico para o ambiente, animais e humanos
Entenda o perigo desses pequenos microplásticos brilhantes e coloridos para a Natureza e os efeitos negativos que já está causando
Você já pode ter ouvido por aí alguém falando que glitter faz mal para o ambiente e que deveria ser extinto do conjunto de adornos para o Carnaval. O que talvez você não saiba ainda é a explicação para isso. Afinal, qual é o problema de estar brilhante, radiante e colorido na festa mais animada do ano?
Apesar de parecer inofensivo, a maioria dos glitters é feita de plástico e, por possuir pequenas partículas, representa um grande risco para o ambiente, em especial para os oceanos.
Os microplásticos possuem menos de cinco milímetros de comprimento. Pelo tamanho pequeno, eles não conseguem ser filtrados pelos sistemas de esgoto. Vão parar nos rios e oceanos, e como consequência, vários animais marinhos, como plânctons, peixes, mariscos e aves marinhas, comem esse plástico. Muitas vezes eles não resistem e morrem.
O excesso de microplástico também pode ficar alojado nos estômagos dos pássaros, fazendo-os morrer de fome.
Outros problemas
O problema pode até "se virar contra nós" quando comemos animais como peixes e frutos do mar, pois podemos ingerir esses fragmentos e também prejudicar nossa saúde.
Além do plástico utilizado, feito de filme poliéster PET, o glitter costuma conter alumínio. O PET pode ter sua estrutura celular quebrada, o que libera hormônios que afetam o funcionamento dos corpos de animais e humanos. Também já foi associado ao aparecimento de cânceres e doenças neurológicas.
Ainda que várias empresas façam propaganda de que criaram uma versão biodegradável do glitter, pesquisas como a realizada na Universidade Anglia Ruskin, em Cambridge, e publicada no Journal of Hazardous Materials, conseguiram provar que ele é tão prejudicial quanto o glitter original, mesmo com compostos diferentes.
Para se ter uma ideia, 19 pré-escolas britânicas, em 2018, deixaram de usar os pequenos microplásticos brilhantes em projetos escolares, com o propósito de salvar os oceanos.
"Qualquer tipo de glitter deve ser banido porque é microplástico e todos os microplásticos escapam para o ambiente", chegou a afirmar a antropóloga ambiental da Universidade Massey da Nova Zelândia, Trisia Farrelly, ao National Geographic.
Não se comoveu? Então veja essas opções
Se você quer brilhar de qualquer jeito no Carnaval, há opções para isso, como o pó de mica ou o glitter comestível. O primeiro é derivado de minerais naturais, é bem brilhante e possui cores que podem ser encontradas no meio ambiente. Ele é muito usado na produção de maquiagens e sabonetes.
Já a opção do glitter comestível é ótima porque, ao contrário dos falsos "biodegradáveis", ele realmente cumpre essa função, pois é produzido para servir de alimentação.
Uma terceira alternativa seria o glitter de núcleo de celulose, revestido com alumínio para refletividade e coberto com uma fina camada de plástico, que também é menos prejudicial ao ambiente.
De qualquer forma, caso você veja alguém usando glitter demais, oriente a pessoa a limpar com algodão e descartá-lo no lixo em vez de lavar o rosto com água.