Por que loló faz mal, segundo a ciência
Entenda o que pode "dar ruim" no uso dessa droga tão popular no Carnaval
Muito popular no Carnaval, a droga conhecida como "loló", um entorpecente baseado em clorofórmio e éter, pode estar presente nos vários blocos da festa mais animada do ano. No entanto, os perigos envolvidos no conhecido "lança-perfume" podem levar à parada cardíaca e até à morte.
Quando usado em grandes quantidades, o "loló" pode dar tontura e fortes dores de cabeça. Apesar de parecer inofensiva, a droga é um tipo de solvente e seu efeito dura de cinco a 20 minutos em média (podendo chegar a cerca de 40 minutos), por isso mesmo, os usuários tendem a repetir o uso várias vezes.
Sua ação no sistema cardiovascular faz com que a frequência cardíaca seja aumentada, o que deixa as pessoas vulneráveis a sofrerem a parada cardíaca. Além disso, existem efeitos no sistema nervoso central, causando perda de memória, distúrbios auditivos – como os zumbidos que algumas pessoas escutam na hora do uso – , e formigamento no rosto e nas extremidades do corpo.
Normalmente, a população tem uma média de batimentos cardíacos de 72 bpm (batimentos por minuto). Com grandes quantidades de loló, essa frequência pode chegar a 180 bpm, o que pode levar o coração à exaustão, ocasionado a parada cardíaca.
Uma das sensações da droga também é a euforia, porque as substâncias são absorvidas pela mucosa pulmonar, e, por meio da corrente sanguínea, também são levadas para rins, fígado e sistema nervoso, liberando adrenalina no organismo. A coordenação motora ainda é afetada, e o usuário pode apresentar tremores e falta de equilíbrio, consequências que são de longo prazo e podem ser irreversíveis.
Uma outra ilação que a droga pode ocasionar é a perda da capacidade cognitiva, além de psicomotora. A vítima pode até mesmo entrar em coma em casos mais graves. No dia seguinte ao uso da substância, a pessoa sofre uma depressão do cérebro, que destrói neurônios e pode dificultar a concentração e a locomoção.
É possível ainda que, com uso excessivo, o indivíduo tenha intoxicação cerebral, algo semelhante ao que acontece com usuários de outras drogas, como a heroína. Isso pode levar a um prejuízo na capacidade crítica, reflexiva e até ao surto psicótico.
Normalmente, a mistura do loló é de benzina, clorofórmio, éter e essência perfumada, todas substâncias cancerígenas. É importante lembrar que, originalmente, o "lança" era produzido apenas com éter e aromatizantes, e hoje está mais "incrementado" e perigoso.
Seu consumo é feito por aspiração do nariz ou da boca, embora também existam relatos de ingestão com bebidas alcóolicas, o que piora consideravelmente os riscos de uso. Excitabilidade, alucinações e ruídos altos são efeitos comuns.