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Por que máquina de gaseificar água explodiu em aeroporto de SP

Após desembarque em Guarulhos, um passageiro viu sua mala explodir por conta da pressão da máquina; professora da USP culpa pressão

14 dez 2022 - 12h36
(atualizado às 12h36)
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Bagagem com equipamento explodiu em aeroporto
Bagagem com equipamento explodiu em aeroporto
Foto: Hermínio Bernardo/TV Globo

A mala de um passageiro explodiu no terminal 1 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na segunda-feira (12). Com a explosão, uma parte do teto do terminal cedeu. Apesar do susto, ninguém se feriu.

Como relatou o passageiro, o aparelho que explodiu era uma máquina de fazer água com gás. Os cilindros rosa, que aparecem na foto da bagagem destruída, fazem parte desse aparelho. Com o impacto da bagagem, que chegou a bater no forro do teto, uma parte da estrutura cedeu.

Isso acontece porque todo cilindro de gás comprimido contém uma grande quantidade de energia. Os gases são armazenados em objetos paredes metálicas muito grossas, especialmente construídas e testadas para esta finalidade. No entanto, elas apresentam riscos especiais. 

O CO2 (dióxido de carbono), gás que colocamos no refrigerante para formar as bolhas, não é solúvel em água, então só conseguimos formar uma bebida gaseificada sob pressão. Não foi divulgado o modelo da máquina de gaseificar água ou do material que a envolvia.

Apesar disso, como explicou a Byte, a doutora em física pelo Instituto de Física da USP e pesquisadora na Escola de Engenharia de Lorena-USP, Rebeca Bacani, essas máquinas são de metal e têm uma certa brecha para dilatarem com a temperatura, mas chegou a um momento em que o cilindro não aguentou e deve ter se rompido.

Segundo ela, talvez com a diminuição da pressão, devido à altitude, o avião pode ter gerado alguma falha no material da máquina.

“Dessa forma, quando o passageiro desceu do avião e chegou aqui (em terra) com uma temperatura muito maior, isso pode ter acarretado a explosão”, disse.

“Imagino que a pressão da máquina seja bem superior do que um desodorante aerossol, por exemplo”, aponta Bacani.

Ainda assim, a professora não acredita que essa máquina teria capacidade de provocar uma explosão que poderia derrubar um avião. “No entanto, poderia sim causar um acidente grave durante o voo. A mala despachada não fica pressurizada e nem com controle de temperatura”, avalia. 

Cuidados com armazenamento de cilindros com gases sob pressão

Quando a energia do gás comprimido é aliviada inadequadamente, ela pode provocar sérios acidentes, como explosões. Os gases por si só já são perigosos porque podem causar incêndios, podem ser tóxicos e podem ser corrosivos. 

Esta é a razão pela qual devemos tratar com cuidado todos os gases comprimidos e esse também é o motivo de alguns objetos serem proibidos durante voos. Como por exemplo: 

  • Armas de pressão;
  • Cilindros de mergulho (pressurizados);
  • Combustíveis para acampamento;
  • Baterias extras com mais de 160Wh;
  • Eletrônicos portáteis com baterias de mais de 160Wh;
  • Combustíveis ou refis para isqueiro;
  • Itens inflamáveis ou explosivos (excluindo os casos que citamos acima);
  • Aerossóis inflamáveis ou tóxicos;
  • Alvejantes líquidos;
  • Armas de choque;
  • Cilindros de oxigênio líquido.

Segundo análise da pesquisadora, no ocorrido do avião, um órgão como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) deve avaliar os danos na estrutura do cilindro.

“Mas a minha recomendação seria colocar esse tipo de máquina na lista de coisas que não podem ser levadas nem na mala de mão e nem na mala despachada”, afirmou Bacani.

Fonte: Redação Byte
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