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Por que missão a Vênus terá só cinco minutos pra achar vida

Saiba mais sobre os planos da missão a Vênus pela Rocket Lab de encontrar pequenas formas de vida na atmosfera do planeta

30 ago 2022 - 14h12
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Ao começar a despencar para a superfície de Vênus, espaçonave terá cinco minutos para transmitir dados à Terra
Ao começar a despencar para a superfície de Vênus, espaçonave terá cinco minutos para transmitir dados à Terra
Foto: WikiImages / Pixabay

Os olhos dos cientistas estão voltados para Vênus nos últimos dois anos, desde que os astrônomos detectaram um gás chamado fosfina nas nuvens do planeta. Na Terra, a substância é criada por processos biológicos. A ideia agora é descobrir se o gás fosfina é criado por vida microbiana, o que já está sendo planejado por três missões para explorar o planeta.

Mas a Rocket Lab-MIT, primeira missão a Vênus financiada por uma empresa privada, a Rocket Lab, talvez chegue antes que as agências espaciais, e terá apenas cinco minutos para achar vida por lá.

Mas por que tão pouco tempo?

O tempo é curto, de acordo com os cientistas, porque estes cinco minutos são o tempo em que a pequena espaçonave — do tamanho de uma mesa de jantar — terá para enviar dados para a Terra, após iniciar o processo de descer das nuvens de Vênus para a superfície do planeta.

Depois de cerca de uma hora de queda, ela irá “bater” na superfície de Vênus, mas os dados já terão sido enviados ao nosso planeta. Aparentemente, não terão câmeras anexadas, ou seja, não veremos imagens. A justificativa para isso é porque não é isso que cientistas estão buscando agora.

Para o momento, a missão precisa inspecionar de perto as nuvens de Vênus com um nefelômetro que piscará um laser ultravioleta em gotículas na atmosfera do planeta, para determinar a composição das moléculas. Sara Seager, líder do projeto, afirma: "Vamos procurar partículas orgânicas dentro das gotículas de nuvens".

Superfície de Vênus parece inóspita por conta das temperaturas, altas o suficiente para derreter chumbo
Superfície de Vênus parece inóspita por conta das temperaturas, altas o suficiente para derreter chumbo
Foto: GooKingSword / Pixabay

Por enquanto, dizem que é o que pode ser feito. Mas os planos para as próximas missões é que as coisas aconteçam de forma diferente: planeja-se o uso de balões aerostáticos entre as nuvens de Vênus, que podem realizar análises mais longas, necessárias para encontrar moléculas mais complexas, de acordo com a condutora do estudo inicial de fosfina em Vênus, Jane Greaves.

O que pode ser encontrado lá?

Além da presença da fosfina, que foi o chamativo inicial, pode haver vida no planeta na forma de micróbios, dentro de gotículas de ácido sulfúrico flutuando no alto da atmosfera. No geral, a superfície parece inóspita por conta das temperaturas, altas o suficiente para derreter chumbo e pressões semelhantes às do fundo dos oceanos. 

O plano da Rocket Lab é usar uma pequena nave versátil chamada Fóton. A nave seria usada para lançar uma sonda na atmosfera de Vênus, que vem sendo desenvolvida no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Cerca de 30 pessoas, lideradas por Seager, estão cuidando da produção. A previsão é de que Fóton leve cinco meses até chegar a Vênus, estando lá em outubro de 2023.

O custo do plano da Rocket Lab é equivalente a 2% de cada uma das outras missões já planejadas para Vênus
O custo do plano da Rocket Lab é equivalente a 2% de cada uma das outras missões já planejadas para Vênus
Foto: Johan De Beer / Pexels

Missão barata

O custo do plano da Rocket Lab é estimado em um valor de US$ 10 milhões, o que é considerado pouco levando em conta o que vem sendo investido em missões espaciais. Esse montante equivale a 2% de cada uma das outras missões já planejadas para Vênus, como as organizadas pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia (ESA, da sigla em inglês), além das anunciadas por China e Índia. 

Sabemos que a espaçonave é pequena. Pela lógica, a sonda tem que ser menor ainda. Ela tem 40 cm de diâmetro e 20 kg de peso. O design é de um cone e incorpora um escudo térmico na frente, para proteger das altas temperaturas quando a sonda atingir a atmosfera a 40 mil km por hora. Apesar de barata, a missão apresenta alto risco.

Fonte: Redação Byte
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