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Por que o Candy Crush foi vendido por quase US$ 6 bilhões

A King foi comprada pela empresa americana Activision Blizzard, responsável por games como World of Warcarft e Call of Duty

3 nov 2015 - 20h01
(atualizado em 4/11/2015 às 10h17)
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Aquisição bilionária de game para celulares traz desafios para o setor
Aquisição bilionária de game para celulares traz desafios para o setor
Foto: BBC News Brasil

O game para dispositivos móveis Candy Crush se define como "o jogo mais doce que existe". Mesmo assim, é possível que a compra da King.com, empresa por trás do game, deixe tanto os investidores como os jogadores com um gosto amargo na boca.

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A King foi comprada por US$ 5,9 bilhões pela empresa americana Activision Blizzard, responsável por games como World of Warcarft e Call of Duty, bem diferentes de jogos simples para celulares.

O negócio bilionário chamou atenção por superar outras mega-aquisições, caso da Microsoft ao comprar por US$ 2,5 bilhões os desenvolvedores da Minecraft e do Facebook ao comprar por US$ 2 bilhões a empresa Oculus, que faz headset de realidade virtual.

O que então está por trás do negócio bilionário?

Jogos para smarthphones e tablets estão em franco crescimento. A empresa de pesquisa Newzoo estima que 2015 será o ano em que a receita de games de celular vai superar a dos jogados em consoles, mesmo estes sendo bem mais caros.

A Activision Blizzard é a responsável por games bem diferentes do Candy Crush, como World of Warcarft e Call of Duty
A Activision Blizzard é a responsável por games bem diferentes do Candy Crush, como World of Warcarft e Call of Duty
Foto: BBC News Brasil

Isso se deve, em partes, ao fato de que muito mais gente joga em tablets e outros dispositivos, mas também pelo sucesso da King e de outras empresas semelhantes em convencer os jogadores a fazer compras em seus games.

Ou seja, eles não tentam fazer os jogadores gastar altas quantias para liberar o acesso ao conteúdo do jogo. No caso, os consumidores pagam valores bem menores para baixar o software ou o baixam gratuitamente e, depois, são convencidos a pagar quantias extras para destravar níveis, adicionar habilidades ou mudar a aparência de seus personagens.

Como muitos jogadores – e pais – perceberam, o custo desses itens virtuais podem parecer baratos, mas somados podem ficar bem altos.

Dificuldades

A Activision Blizzard tem sofrido para criar um impacto no mundo dos celulares, mesmo tendo lançado dezenas de games. No entanto, os jogos da King (Candy Crush Saga e sua sequência, Candy Crush Soda Saga) estão há anos entre os títulos mais lucrativos.

No final do ultimo quadrimestre, a King divulgou um faturamento de US$ 490 milhões, com 501 milhões de usuários ativos. Mesmo assim, alguns analistas temem o futuro do negócio. "Sua audiência atual caiu (de um pico de 550 milhões de usuários ativos)", diz Piers Harding-Rolls, da consultoria IHS Technology.

"A King alega que audiência caiu com usuários que não monetizavam tanto e que agora está focado nas pessoas que tendem a gastar mais nos jogos. Mas eu ainda acredito que há um desafio pós-Candy Crush que a Activision terá de superar."

E esse ponto pode mesmo ser crucial. A empresa desenvolveu mais de 200 títulos desde sua fundação, há 12 anos, mas nenhum deles chegou perto do sucesso de Candy Crush. A King teve um de seus últimos lançamentos, o AlphaBetty Saga, em primeiro lugar no número de downloads.

Mas a verdade é que o game não está mais nem entre os top 100. Outros desenvolvedores – incluindo o do Angry Birds (Rovio) e Clash of Clans (Supercell) – também tiveram dificuldades em criar novas franquias para continuar lucrando com suas marcas principais.

É esse mesmo risco de queda que Activision terá de enfrentar.

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