Por que Optimus, robô humanoide da Tesla, impressionou o mundo
Protótipo foi apresentado no Dia da Inteligência Artificial da Tesla e acenou para o público; ele pode levantar até 68 kg e carregar 20 kg
Ainda que analistas e investidores financeiros estejam céticos sobre o investimento da Tesla, empresa de carros elétricos de Elon Musk, na robótica, a ideia de uma máquina substituta para afazeres humanos tem enchido os olhos do empresário. Uma prova disso é a nova invenção da Tesla: o robô humanoide Optimus.
Na apresentação anual do “Dia da IA [inteligência artificial] da Tesla”, um evento ocorrido na sexta-feira (30), o novo robô Tesla Optimus Unit 1 foi apresentado e até acenou e levantou os joelhos para o público. Em fase de desenvolvimento, a expectativa é que ele possa estar à venda de três a cinco anos, segundo Musk. Veja:
— Tesla (@Tesla) October 1, 2022
Na mesma ocasião, foi mostrado um vídeo às pessoas do robô fazendo simples tarefas, como regar plantas, carregar caixas e levantar barras de metal. Optimus também traz outras características de humanos: 1,70 m de altura e 57 kg. A ideia é que seu consumo seja de 100 W sentado e 500 W caminhando.
Inicialmente, os robôs Optimus serão testados em massa nas fábricas de automóveis, de acordo com Musk, a um custo inferior a US$ 20 mil (R$ 103,2 mil). Ele poderá se manter equilibrado, usar ferramentas e carregar objetos.
O Optimus, segundo Musk, é uma evolução do protótipo Bumble C, um robô sem carcaça externa que exibia cabos e sua estrutura mecânica. Este último é equipado com bateria de 2,3 quilowatts-hora, o que um funcionário da Tesla disse ser "perfeito para cerca de um dia inteiro de trabalho".
A Tesla conseguiu impressionar com a apresentação do Optimus porque apesar de ter se movido pouco, ele convence como uma opção competitiva na corrida em andamento pelo robô perfeito. Essa competição hoje ainda traz criações estranhas para muita gente, como Sophia, Ameca e Nadine.
Sistema do Optimus é inspirado nos carros da Tesla
“A Tesla é a maior fabricante de robôs do mundo, pois os carros são robôs “semi-sencientes” sobre rodas”, disse Musk no evento. Senciência é o termo utilizado na filosofia utilizado para descrever níveis de autonomia, consciência e inteligência (antes dos animais e agora das máquinas).
E de fato, parece que os robôs Optimus virão com a mesma inteligência artificial usada nos carros da Tesla, até com os mesmos sistemas e sensores. Por exemplo, os veículos da empresa têm oito câmeras e conseguem dar uma visão panorâmica do cenário ao seu redor. Os robôs terão algo parecido e montarão um “vector spaces”, ou seja, um ambiente virtual que permite às máquinas melhor entenderem o mundo real, além do que as câmeras estão vendo.
Já o coração do robô serão seus próprios computadores e processadores e o conjunto sofisticado de hardware e software, chamado de FSD (autodireção completa, na sigla em inglês).
O Optimus também será forte e rápido. O seu monitor frontal, no caso o rosto dele, que é capaz de dar informações, pode levantar até 68 kg e carregar até 20 kg. Além disso, sua velocidade chega até 8 km/h. Musk brincou que “se você for rápido você consegue fugir dele, e se você for forte você pode encarar ele numa briga”.
Além de processar as imagens das vários câmeras e convertê-las em dados em tempo real, é preciso “treinar” as redes neurais do robô. Mas para isso é preciso receber essas imagens já catalogadas por tipo, o que é um trabalho caro e lento.
Hoje em dia a empresa tem mais de 1.000 pessoas manualmente “anotando o que a imagem significa”. Mas também tem desenvolvido alternativas para rotular os dados automaticamente, como por exemplo usar imagens de vários carros no mesmo local, gerando mais informações de qualidade para melhorar os algoritmos.
Além do desafio de ter um poderoso processador para invenções que se movem, como é o caso deste robô humanoide, a empresa precisa ter um grande poder computacional central para treinar a rede neural da invenção. A Tesla já diz possuir o quinto supercomputador mais poderoso do planeta, chamado Dojo.