Por que os EUA demoraram tanto tempo para lançar um foguete à Lua
Foguete Vulcan Centaur, da United Launch Alliance, deve pousar na Lua após pausa de mais de meio século
O lançamento do foguete Vulcan Centaur na madrugada desta segunda-feira (8) marca uma nova fase na exploração espacial dos EUA: após meio século, o país deve volta à superfície da Lua.
Um sobrevoo ao redor do satélite natural foi a mais recente conquista da missão Artemis, da Nasa, em sua primeira fase. O pouso suave de uma espaçonave, entretanto, só está previsto para 2025 no âmbito desse projeto da agência espacial.
Se a iniciativa da United Launch Alliance, uma joint venture entre a Boeing e a Lockheed Martin, der certo e o Vulcan proporcionar um pouso lunar em 23 de fevereiro, estaremos diante de uma quebra de hiato de 52 anos. Mas por que, afinal, os EUA não aterrissam na lua desde 1972?
A resposta é um conjunto de fatores.
Neil Armstrong e Buzz Aldrin, astronautas da missão Apollo 11, foram os primeiros homens a pisar na Lua em 1969. Esta conquista espacial dos EUA ocorreu no contexto da Guerra Fria, em disputa com a União Soviética, que na época liderava em inovação no programa espacial.
Após a chegada à Lua, o foco se deslocou para as estações espaciais, com a União Soviética estabelecendo uma vantagem inicial e contribuindo significativamente para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Com o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética, a demora dos EUA em lançar um novo programa lunar foi influenciada mais por falta de estímulo político e orçamento do que por limitações científicas ou tecnológicas.
Agora, a competição espacial renovou-se com a participação de países como Índia, Japão, Rússia e, especialmente, China, estimulando os EUA a liderar na nova era da exploração espacial.
A Nasa atualmente visa mais do que visitas breves à Lua. O objetivo é estabelecer uma presença humana constante, incluindo uma base lunar e uma estação em órbita, visando também missões tripuladas a Marte, planejadas para o final da década de 2030. Neste novo momento, a Lua é vista como um ponto de parada estratégico e de reabastecimento para essas longas viagens.