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Por que Tritão, a lua de Netuno, é um mistério astronômico

Corpo rochoso é 200 vezes maior do que todas as outras luas do planeta juntas e tem órbita misteriosa

15 set 2023 - 12h09
(atualizado às 12h54)
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Tritão é a maior lua de Netuno
Tritão é a maior lua de Netuno
Foto: Nasa/JPL/USGS

Tritão, a maior lua de Netuno, se destaca entre as 14 luas conhecidas do oitavo planeta do Sistema Solar. Ela é muito maior do que deveria ser, tem uma órbita completamente instável — ao mesmo tempo em que estranhamente circular — e tem uma superfície jovem, dinâmica e ativa, diferente da maioria de suas colegas de vizinhança. O que explica isso tudo?

Em coluna publicada no portal SpacePaul Suter, astrofísico e doutor em física pela Universidade de Illinois, afirma acreditar que um "sequestro sideral" pode estar por trás de tanta singularidade.

Ela é a sétima maior lua do sistema solar e é aproximadamente 200 vezes maior do que todas as outras luas de Netuno juntas. Enquanto a maioria das luas orbitam seus planetas no mesmo sentido em que eles giram, Tritão faz o oposto, orbitando em sentido contrário ao giro de Netuno.

Além disso, sua órbita é inclinada em 67 graus em relação ao plano orbital do sistema, traçando uma trajetória quase perpendicular ao seu planeta-mãe, em um caminho "surpreendentemente" circular, segundo Suter. 

A superfície de Tritão é comparada a de um melão, apresentando um terreno acidentado e enrugado. A lua também tem planícies amplas e uma vasta calota de gelo de nitrogênio, com dezenas vulcões que expelem jatos de água. A ausência de crateras indica que a lua é geologicamente ativa e aquecida, capaz de apagar os buracos ao longo do tempo.

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Crime no espaço

A resposta para tanta esquisitice pode estar relacionada a um "sequestro interplanetário", nas palavras do astrofísico.

Uma formação fora do sistema orgânico de Netuno explicaria a órbita peculiar.  Tritão pode ter sido originalmente um objeto do Cinturão de Kuiper, um conjunto de corpos rochosos que se acumula na beira do Sistema Solar, assim como o ex-planeta Plutão, e teria sido capturado pela gravidade de Netuno em um passado distante.

Outra possibilidade é que Tritão tenha se formado originalmente como um pequeno sistema binário — que consiste em duas estrelas ligadas gravitacionalmente, algo comum no Cinturão de Kuiper — e um encontro com Netuno fez o gêmeo de Tritão voar para longe, deixando o próprio Tritão preso.

A temperatura seria explicada pelo fato de que, como outros objetos no cinturão, possuiria elementos radioativos suficientes para liberar calor.

Tudo isso, infelizmente, não passa do terreno da especulação. As imagens capturadas pela Voyager 2 são e muito provavelmente continuarão sendo por muito tempo as únicas disponíveis desde o descobrimento do planeta.

"Esta cena do crime terá que esperar até que a próxima geração de exploradores seja totalmente investigada", diz o cientista.

Fonte: Redação Byte
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