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Por que tubarão matou um homem no Egito? Conheça a espécie

Um cidadão russo foi morto em um ataque de tubarão perto de uma praia no resort egípcio de Hurghada, no Mar Vermelho

12 jun 2023 - 16h54
(atualizado em 13/6/2023 às 11h03)
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Cidadão russo foi morto em ataque de tubarão no Egito
Cidadão russo foi morto em ataque de tubarão no Egito
Foto: Gerald Schombs/Unsplash

Um cidadão russo foi morto em um ataque de tubarão em uma praia no Mar Vermelho na última quinta-feira (8). Logo em seguida, o Ministério do Meio Ambiente do Egito disse, em comunicado publicado no Facebook, que um tubarão-tigre foi o responsável pela morte.

Também conhecido como Galeocerdo cuvier, tubarões-tigre podem atingir até 5 metros de comprimento. A espécie é conhecida coloração única de listras distintas, uma mandíbula poderosa e uma reputação de predador nato.

O que levou ao ataque?

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver o ataque em um nível de detalhe sem precedentes. São diversas investidas contra o turista, que tenta fugir sem sucesso do tubarão que o rodeia.

"O que se observou neste incidente em particular, como já foi observado raríssimas vezes na Austrália e até no Brasil, é a predação, o que significa que o tubarão foi para atacar a vítima e matá-la", diz Nathalie Gil, presidente da ONG Sea Shepherd Brasil.

A especialista cita que este é o tipo mais raro de incidente, já que, na grande maioria das vezes, os tubarões param de atacar assim que percebem que se trata de um humano, que não é uma presa natural.

Um levantamento do Museu da Flórida mostra que somente 24 incidentes com tubarões foram registrados na área desde 1828.

"Na maioria das vezes, eles acham que é leão marinho, foca, principalmente em águas turvas e momentos de baixa visibilidade, e mordem em uma atitude de veriricar o que é a presa. Quando eles vêem que não é, saem", diz.

"Incidentes com tubarões representam um comportamento extremamente atípico e quando tem comportamento de predação, é comumente influenciado pela atividade humana na região. Isto não é um comportamento normal do animal, e esse incidente não significa que ele deve ser temido, mas respeitado".

No caso do Egito, a especialista acredita que pode haver um grande desequilibrio do ecossistema local.

"Avanço urbano nas costas, resíduo nas águas, derramamento de esgoto, tudo isso influencia e pode estar afetando. Também pode ser a associação que o tubarão cria a humanos e alimento, como o que ocorre em áreas de mergulho em que áreas de turismo dão alimento aos animais", comenta.

Uma outra hipótese é a o incidente está relacionado às semanas que antecedem o Eid-al-Adha, um festival muçulmano em que milhões de animais são consumidos. Durante o transporte destes animais vivos pelo canal de Suez, que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, é comum embarcações jogarem no mar os que não sobrevivem à travessia.

Tubarões rodeiam à procura de alimento fácil e podem confundir um humano a estes animais que não fazem parte de sua dieta comum, mas que são abundantes na época.

Cláudio Sampaio, professor dos cursos de Engenharia de Pesca e Biologia da UFAL Penedo e conselheiro da Sociedade Brasileira para o Estudos de Elasmobrânquios (SBEEL), também acredita na interferência da atividade humana como a principal razão. Incidentes como esse também podem ser explicados pela pesca excessiva de peixes — alimento natural dos tubarões — a degradação dos recifes e a poluição.

"Devido ao grande número de turistas, associados a muitas atividades aquáticas (banho de mar, mergulho etc.), os encontros entre humanos e tubarões potencialmente perigosos — animais de grande porte, hábito alimentar generalista e costeiro — são facilitados", explica. 

"Se você observar um grande peixe durante suas atividades aquáticas, sugere-se fortemente que saia calmamente da água, sem pânico", orienta o especialista.

Fonte: Redação Byte
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