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Por que um celular pode sobreviver a uma queda de avião, mas não a uma queda do bolso?

Testes realizados pelo Wall Street Journal revelam como iPhone e Samsung resistem a quedas de diferentes alturas e superfícies, explicando como um smartphone sobreviveu a uma queda de avisão

3 mai 2024 - 09h10
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Desde que um iPhone desafiou as leis da física ao sobreviver a uma queda de quase 5 km de altitude de um avião, em janeiro deste ano, o mundo tem se perguntado sobre os mistérios da durabilidade dos smartphones. Em busca de respostas, o Wall Street Journal conduziu uma série de testes com celulares da Apple e da Samsung para tentar entender por que o smartphone continua funcionando depois de cair de um avião, mas para de funcionar ao cair da mesa da cozinha.

Em janeiro, após um incidente de descompressão em um voo da Alaska Airlines, um iPhone foi "sugado" por um buraco no avião e despencou da aeronave, porém ele foi encontrado intacto em uma estrada nos EUA após a queda de quase 5 km.

Os testes para entender a resistência dos dispositivos envolveram lançar de um drone os celulares iPhone 14 e Samsung Galaxy S23 de três alturas diferentes: um metro, nove metros e 91 metros. Os aparelhos firam jogados tanto em superfícies com grama quanto com asfalto. Os dois celulares foram escolhidos por terem uma tecnologia de vidro de última geração e por serem os considerados mais resistentes por suas marcas.

Os resultados dos testes na grama revelaram que os smartphones lidaram bem com as quedas. Neste primeiro teste, a matéria relatou que os dispositivos sofreram apenas danos superficiais, como manchas de grama e sujeira, sem comprometer seu funcionamento.

Já no teste do asfalto, os resultados foram diferentes. Ambos aparelhos continuaram funcionando depois da queda de um metro, apenas com alguns riscos superficiais, porém, no teste com queda de nove metros, o iPhone teve o vidro da parte traseira quebrado mas permaneceu funcionando normalmente, enquanto no Samsung quebrou o vidro da tela frontal nos cantos e ela passou a piscar quando ligada.

Para a queda de 91 metros no asfalto, os celulares foram equipados com capinhas de proteção. No teste, o iPhone teve seu vidro traseiro e ao redor da câmera quebrados completamente, porém, o dispositivo continuava funcionando. Enquanto isso, o Galaxy S23 teve danos mais graves: a capa de borracha rasgou, o telefone dobrou e não ligou mais, apesar de a tela não ter quebrado.

Por que isso acontece?

Quando um celular cai, sua velocidade aumenta até atingir a chamada "velocidade terminal" - ponto em que a força gravitacional que atua sobre ele é equilibrada pela resistência do ar - e isso implica no estado que o telefone fica depois de uma queda, conforme Mark Rober, ex-engenheiro mecânico da NASA, explicou ao Wall Street Journal.

Outro especialista, Rhett Allain, professor de física na Universidade do Sudeste da Louisiana, explicou ao jornal que essa velocidade máxima geralmente fica entre os 96 km por hora, independente da altura da queda. Essa velocidade influencia diretamente a energia do impacto que o dispositivo experimenta ao atingir o solo, então uma velocidade terminal mais alta resulta em uma energia cinética maior, o que pode causar danos mais graves ao celular, como tela quebrada e componentes internos danificados, dependendo da superfície em que ele cair.

Além disso, a desaceleração, ao colidir com uma superfície, desempenha um papel importante. Enquanto a grama permite uma desaceleração mais suave, superfícies mais duras, como o asfalto, resultam em impactos mais severos. Isso foi visto quando os dispositivos caíram no asfalto e tiveram danos consideráveis, como a quebra do vidro traseiro.

Por esses motivos, quando um celular cai da bancada da cozinha, por exemplo, ele tem maior probabilidade de quebrar, pois normalmente ele encontra um piso mais resistente e a desaceleração é mais brusca - a altura mais baixa não serve como atenuante. Já o celular que caiu do avião encontrou um piso mais fofo, o que ajuda a explicar sua "sobrevivência" - é claro que tudo poderia ser diferente se ele tivesse encontrado uma superfície de pedra ou de cimento, por exemplo.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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