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Por que você deve prestar atenção ao novo trigo transgênico no Brasil

A farinha de trigo transgênica já tinha consumo liberado no Brasil, mas, com a nova aprovação, agricultores locais podem plantar sementes

11 mai 2023 - 16h10
(atualizado às 16h11)
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Farinha de trigo HB4, proveniente da versão transgênica da planta, já tinha consumo liberado no Brasil
Farinha de trigo HB4, proveniente da versão transgênica da planta, já tinha consumo liberado no Brasil
Foto: Melissa Askew/Unsplash

O governo brasileiro aprovou recentemente o plantio e venda de uma variedade de trigo geneticamente modificado chamado HB4. A farinha de trigo proveniente desse transgênico já tinha consumo liberado no Brasil. Mas, com a nova aprovação, agricultores locais podem começar a plantar a própria semente no país. 

A semente de trigo HB4 foi criada pela empresa argentina Bioceres. O produto contém o gene HaHB4, retirado da planta de girassol, que torna o trigo mais resistente à seca. Além disso, o HB4 é resistente ao glufosinato de amônio, herbicida empregado na agricultura.

O que são transgênicos?

Produtos transgênicos são organismos modificados geneticamente para ter características específicas. Isso é feito pela inserção de material genético de outras espécies no DNA.

No campo da agricultura, é comum a criação de culturas mais resistentes a doenças, pragas e herbicidas. Enquanto defensores da tecnologia argumentem que eles podem ajudar tornar a agricultura mais eficaz, algumas organizações da sociedade civil têm preocupações sobre os impactos ambientais e de saúde.

Argumentos favoráveis

  • A aprovação do trigo HB4 poderia aumentar a produção brasileira de trigo e reduzir a dependência do país em relação às importações de trigo, segundo agricultores;
  • O consumo da farinha de trigo transgênico já é liberado no Brasil e em outros países há anos;
  • A Abimapi, associação que representa fabricantes de biscoitos, massas, pães e bolos no Brasil, disse que a aprovação do cultivo e comercialização do trigo transgênico no Brasil pode permitir o aumento da oferta interna do cereal, o que poderia reduzir os custos.

Argumentos contrários

  • Entidades questionam o processo de aprovação conduzido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), vinculada ao Ministério da Ciência;
  • Segundo opositores, a aprovação pode desrespeitar protocolos de biossegurança dos quais o país é signatário:
    • Os estudos considerados pela CTNBio não foram realizados em território brasileiro, e sim argentino;
    • Faltam análises sobre impactos socioeconômicos da aprovação, para além de questões de segurança.
  • Existem preocupações sobre impacto do trigo transgênico em plantações próximas:
    • Plantações não transgênicas podem ser polinizadas pelo produto transgênico, em uma espécie de "contaminação";
    • Outros plantios também podem sofrer com o espalhamento de agroquímicos aos quais só os transgênicos são resistentes;
    • Por isso, diferentemente do consumo da farinha já pronta, a plantação deveria passar por processos de aprovação específicos, segundo entidades contrárias.

Saiba mais

Embora alguns agricultores vejam a aprovação do HB4 como uma oportunidade de aumentar a produção brasileira, diversas organizações da sociedade civil se opuseram à aprovação e importação de trigo transgênico.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação Agroecológica Brasileira (ANA), inclusive, chegaram a pedir ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) para barrar a liberação e a importação do cereal transgênico, o que não aconteceu.

Eles argumentaram que houve violações no processo de aprovação e falta de estudos sobre os riscos para a saúde e o meio ambiente.

O Brasil é a segunda nação, depois da Argentina, a aprovar uma variedade de trigo para esse propósito. Até então, só importávamos farinha de trigo transgênico de outros países.

O material foi aprovado para consumo humano na Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, África do Sul, Colômbia, Nigéria e Estados Unidos. No entanto, esses países não têm autorização para plantar a semente.

Fonte: Redação Byte
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