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Preconceito de gênero na área tecnológica é maior do que se imagina, diz estudo

9 nov 2017 - 19h01
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Uma recente pesquisa da Booking.com, uma das maiores empresas de viagens do mundo, revelou que muitas mulheres acreditam que o preconceito de gênero dentro da área de tecnologia é maior do que se imagina.

Preconceito de gênero
Preconceito de gênero
Foto: Divulgação/Booking.com / Canaltech

O estudo foi realizado com 761 entrevistadas de oito países, incluindo o Brasil, e buscou entender a posição de mulheres que trabalham na indústria da tecnologia, mas em áreas não tecnológicas.

Os dados coletados revelam que 88% das mulheres acham a área atraente por ter portas abertas para a inovação, 78% por ser um ambiente de trabalho dinâmico e 87% pelos horários de trabalho flexíveis. Também foram citadas vantagens como a informalidade na forma de se vestir e o menor número de estruturas hierárquicas, se comparadas a indústrias de outras áreas.

Barreiras

Apesar da atração pela área da tecnologia, muitas mulheres consideram o ambiente preconceituoso em relação ao gênero. 43% das entrevistadas afirmam serem menos respeitadas dentro de uma empresa, comparando com casos de homens na mesma posição.

"As empresas de tecnologia precisam de mulheres nesses cargos e de mais mulheres em outras funções críticas, como marketing e finanças. Mais mulheres em cargos não-técnicos podem ajudar a atrair e engajar mulheres em cargos técnicos também - a diversidade se estende além dos feudos funcionais", afirma Gillian Tans, CEO da Booking.com.

A falta de líderes femininos na indústria também é um fator que impede a inserção das mulheres no mercado tecnológico. 92% das entrevistadas dizem que se inspirariam mais se houvessem mais mulheres em posição de liderança.

Cerca de 70% delas afirmam ainda que gostariam de trabalhar com pessoas que as motivassem a acreditar em seus potenciais, 58% com mais clareza em seus planos de carreira e 57% desejariam um empregador que não diferenciasse os funcionários pelo gênero.

Para Gillian, "conduzir mudanças e alcançar a diversidade de gênero começa no topo". A executiva diz que devemos colaborar para que os setores encorajem não só as mulheres a servirem de inspiração, mas como também a incentivar profissionais da área não-tecnológica a aderir a ela.

Preconceito em todos os ambientes

O estudo da Booking.com revela outros dados alarmantes e que começam desde o processo de recrutamento. Entre as entrevistadas, 79% dizem que os pacotes de benefícios não são adaptados às mulheres. 82% delas comentam ainda que não se sentem encorajadas a focar em assuntos que as fariam entrar na área da tecnologia, e 84% comentam que ambientes com dominância masculina são um grande desafio.

O ambiente de trabalho com preconceito de gênero afeta bastante a confiança das mulheres. 46% das participantes do estudo dizem que suas opiniões não são valorizadas e que não se sentem confortáveis para falar em reuniões de negócios. Algumas também revelam que sentem medo de pedir aumentos salariais.

Transformando o problema em solução

A divulgação da pesquisa deve abordar o preconceito de gênero como um problema real e incentivar as empresas a mudarem suas culturas para ambientes mais inclusivos, focando na diversidade e inovação. 82% das entrevistadas dizem que a contratação de mais mulheres ajudaria no desenvolvimento dos negócios.

"Para poder corrigir o desequilíbrio de gênero, as empresas de tecnologia precisam abordar as percepções negativas de um local de trabalho dominado pelos homens e ter políticas de RH e pacotes de benefícios igualitários aos gêneros, para melhor recrutar e manter seu talento feminino", finaliza Tans.

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