Programa da dona do Facebook está sendo usado para criar robôs sexuais
Novidade levantou debate sobre uso de modelos de inteligência artificial de código aberto
O LLaMA, novo grande modelo de linguagem da Meta, empresa mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp, está sendo adotado por internautas na criação de seus próprios sexbots gráficos. As informações foram reveladas pelo Washington Post.
Segundo a reportagem, um dos exemplos é "Allie", um chatbot que afirma ser um "jovem de 18 anos com longos cabelos cerebrais" que teve "toneladas de experiência sexual".
Allie diz aos usuários que, como ela "vive para chamar a atenção", ela "compartilhará detalhes de suas escapadas".
O debate em torno da inteligência artificial (IA) LLaMA é grande: enquanto uns defendem que a Meta matenha o código aberto, como é hoje, outros avaliam que a abordagem deveria ser mais cuidadosa com um código fechado.
Tendência de chatbots sexuais
A novidade de Meta, no entanto, não é a única. Há uma tendência de usuários que recorrem a sistemas de IA generativos para realizar suas fantasias sexuais, como o Replika. Mas o crescente interesse pelas ferramentas também inclui as formas de uso violentas e ilegais.
Os chatbots estão sendo utilizados, em alguns casos, para simular cenas violentas de estupro e fantasias de abuso, revelou o Washington Post anteriormente.
O problema é que com sistemas de inteligência artificial mais avançados, como o Stable Diffusion da Stability AI, ou o próprio Midjourney, que criou a foto do Papa com casaco branco, já estão causando problemas reais de pessoas utilizando o código aberto para gerar imagens de exploração sexual infantil.
O criador de Allie, que falou sob anonimato, disse à reportagem que vê seu bot como um espaço saudável e seguro para "explorar" a sexualidade de alguém sem ter que contornar ou manipular grades de proteção.
A Meta acredita que à medida que o código for usado e compartilhado com a comunidade de pesquisa, será melhorado. "O código aberto é uma força positiva para o avanço da tecnologia", disse um porta-voz da empresa à reportagem.
"É por isso que compartilhamos o LLaMA com membros da comunidade de pesquisa para nos ajudar a avaliar, fazer melhorias e iterar juntos", continuou.