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Qualcomm lança modelos de IA para rodarem com chips de celulares e computadores da marca

Tecnologia de 'inteligência artificial no dispositivo' promete ser a próxima onda de inovação, com menor consumo de energia e resposta mais veloz

26 fev 2024 - 04h10
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BARCELONA - A fabricante americana de processadores Qualcomm anuncia nesta segunda-feira, 23, uma biblioteca de modelos de inteligência artificial (IA) para rodarem com os semicondutores da empresa, que fornece chips para celulares e computadores de diversas marcas, como Samsung. Com isso, a companhia adentra naquilo que especialistas consideram ser a próxima onda de inovação no mercado, a "inteligência artificial no dispositivo" (AI on device).

O anúncio acontece no primeiro dia da Mobile World Congress (MWC), evento de telecomunicações promovido pela associação internacional GSMA e que acontece anualmente em Barcelona, na Espanha. A conferência segue até quinta-feira, dia 29, e conta com a participação de outros nomes do setor, como a rival Intel.

A biblioteca inclui modelos conhecidos no mercado, como Whisper, ControlNet, Stable Diffusion e Baichuan 7B. Ao todo, vão ser mais de 75 opções pré-otimizadas para serem utilizadas por desenvolvedores e programadores. Esses modelos podem ser encontrados nas plataformas de IA da Qualcomm, do GitHub ou da Hugging Face.

Esses modelos poderão rodar em chips que abastecem celulares, computadores, automóveis, dispositivos de realidade virtual (RV), de casa inteligente (IoT), entre outros.

Recentemente, a Qualcomm anunciou processadores próprios para Android (o Snapdragon 8 Series) e para PCs que rodem Windows (Snapdragon X Elite). Ambos são desenhados para rodarem modelos de IA com maior velocidade de processamento e eficiência energética.

'IA no dispositivo'

Esse lançamento, somado à biblioteca, trata de um passo importante para viabilizar o que o mercado de tecnologia considera ser a próxima onda de inovação no setor de dispositivos eletrônicos: a "inteligência artificial no dispositivo" — ou AI on device.

Atualmente, todo o processamento de tarefas dos modelos de IA é feito na nuvem, como o ChatGPT, da OpenAI. Esse método depende de fazendas de centros de dados onde estão supercomputadores poderosos para rodarem, em nuvem, esses modelos de IA, que consomem bilhões de dados.

O processo de AI on device permite que processadores desenhados sob medida possam rodar esses modelos de inteligência artificial, que não precisam passar pela nuvem. Ou seja, o chip é criado já pensando que vai realizar uma tarefa específica, como gerar imagens via IA.

Isso permite que desenvolvedores de aplicativos consigam criar programas e serviços com maior facilidade e mais afinidade com o processador, com maior integração. Com a biblitoeca de mais de 75 modelos de IA à disposição, isso deve ficar ainda mais fácil.

Para o usuário final, o projeto de AI on device vai tornar a experiência de receber respostas de um chatbot, por exemplo, mais rápida e com menor consumo de bateria — já que as informações vão ser processadas no próprio dispositivo, sem passar pela nuvem. Há também vantagens de privacidade, pois as informações não passam por servidores externos e ficam "trancadas" no aparelho.

"Vamos capacitar os desenvolvedores a aproveitarem totalmente o potencial dessas tecnologias de ponta e criarem aplicativos cativantes habilitados para a IA", diz em nota o executivo Durga Malladi, vice-presidente sênio e gerente geral de tecnologia e planejamento e soluçções de ponta da Qualcomm.

Estadão
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