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Quem é o brasileiro que fundou o Instagram e agitou o mundo da IA nesta semana

Seis anos após deixar o Instagram, em 2018, Mike Krieger foi contratado como diretor de produtos da Anthropic, concorrente da OpenAI

16 mai 2024 - 12h33
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O brasileiro Mike Krieger, cofundador do Instagram, foi contratado como diretor de produtos na startup americana de inteligência artificial Anthropic, anunciou a companhia nesta quinta-feira, 15. Krieger trabalhará diretamente para levar o chatbot da Anthropic, o Claude, a um público maior.

Nascido em São Paulo em 4 de março de 1986, Krieger é filho de um alto executivo da indústria de bebidas destiladas. Aos cinco anos de idade, mudou-se com a família para Portugal, onde iniciou os estudos em uma escola de currículo internacional. De volta a São Paulo, estudou na Graded, escola bilíngue de currículo americano localizada na região do Morumbi e frequentada por herdeiros de famílias abastadas.

Seis anos após deixar o Instagram, em 2018, Mike Krieger foi contratado como diretor de produtos da Anthropic, concorrente da OpenAI.
Seis anos após deixar o Instagram, em 2018, Mike Krieger foi contratado como diretor de produtos da Anthropic, concorrente da OpenAI.
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

Após o ensino médio, partiu para os EUA, onde foi aceito na Universidade Stanford, em Palo Alto, curso que funde ciências exatas e humanas da universidade integrada ao Vale do Silício.

Com um amigo brasileiro, ajudou a fundar o site brasileiro de venda de cupons de desconto Peixe Urbano, mas abandonou o projeto. Em uma festa, conheceu o americano Kevin Systrom, que eventualmente o convida a trabalhar em um site voltado ao compartilhamento de fotos. Seria o turbulento início do Instagram, mas com outro nome e proposta.

Após uma largada caótica, Systrom traz a ideia dos filtros de fotos, após passar as férias com a namorada no México, e Krieger, de São Francisco, ajuda a implementá-la. O app estreou e 6 de outubro de 2010, com mais de 25 mil downloads já no primeiro dia.

O sucesso instantâneo do Instagram, que acompanhou a ascensão do Facebook, fez com que a startup passasse a receber ofertas de compra da empresa de Mark Zuckerberg. Após ter sua primeira oferta de US$ 500 milhões recusada, o dono do Facebook dobrou o valor da proposta. Em 9 de abril de 2012, a imprensa anunciou a compra do Instagram pelo Facebook no valor de US$ 1 bilhão. Então, com 26 anos, Krieger fica com 10% do montante: US$ 100 milhões.

Em 2018, após seis anos à frente do Instagram sob a posse do Facebook, Krieger e Systrom deixaram a empresa, afirmando que estavam "saindo para explorar a nossa curiosidade e criatividade de novo". Na época, um período turbulento para o Facebook, que passou a lidar com escândalos relacionado à venda e vazamento de dados dos usuários e estagnação, especulou-se sobre um clima tenso entre os executivos e a Big Tech.

Em 2023, Systrom criticou a direção que o Instagram tem seguido nos últimos anos, afirmando que a plataforma "perdeu sua alma" e deixou de ser uma plataforma para ver o que os amigos e familiares estavam fazendo. "Acho que meu maior arrependimento no Instagram é o quão comercial ele se tornou", disse Systrom, em entrevista ao podcast da jornalista americana Kara Swisher.

Em 18 de abril de 2020, Krieger e Systrom se uniram novamente para lançar o Rt.live, um rastreador que monitorava a proliferação da covid-19 nos EUA. A dupla permaneceu junta até janeiro de 2024, quando encerraram o aplicativo de recomendação de notícias baseado em IA Artifact, lançado um ano antes. A tecnologia acabou vendida dois meses depois para o Yahoo.

A entrada de Krieger na Anthropic marca uma nova fase em sua carreira, deixando seu lado empreendedor para assumir um posto em uma companhia em ascensão, a Anthropic. Com o novo posto, encerra-se também a parceria de duas décadas com Systrom.

Fundada por ex-funcionários da OpenAI em 2021, a Anthropic é uma das principais rivais da proprietária do ChatGPT e conta com investimento de US$ 4 bilhões da Amazon e de US$ 450 milhões do Google.

"O histórico de Mike no desenvolvimento de produtos intuitivos e experiências de usuário será inestimável enquanto criamos novas formas para as pessoas interagirem com o Claude, especialmente no ambiente de trabalho", disse Dario Amodei, cofundador e CEO da Anthropic.

Estadão
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