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Realidade aumentada diminui ansiedade de pacientes antes da cirurgia

Em estudo com 95 pacientes nos EUA, explicações sobre cirurgia em realidade aumentada diminuíram stress pré-operatório significativamente — e melhora persistiu

21 ago 2023 - 17h48
(atualizado às 20h54)
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A ansiedade antes de procedimentos cirúrgicos é um fenômeno comum, mas o uso de realidade aumentada pode vir para ajudar a acalmar os nervos antes de cirurgias. Estresse e ansiedade pré-operatórios variam com idade, experiências anteriores e interações com a equipe cirúrgica, segundo análises, mas cerca de metade de todos os pacientes padece de algum medo nessa etapa do tratamento.

Foto: Patramansky/Envato / Canaltech

Em um estudo conduzido por especialistas da Universidade de Miami, a possibilidade terapêutica pré-operatória da realidade aumentada (RA) foi analisada em 95 pacientes com média de idade de 38 anos, sendo 63 homens e 32 mulheres, todos prestes a realizar uma cirurgia ortopédica eletiva. Um grupo de voluntários passou pelo procedimento normal de cuidado antes da cirurgia (49 pessoas), enquanto o outro recebeu o mesmo cuidado junto a uma experiência de RA narrada pelo cirurgião principal (46).

A eficácia da realidade aumentada no pré-operatório

A realidade aumentada tem uma diferença fundamental para com a realidade virtual (RV) — enquanto esta última é realizada em um ambiente completamente simulado e sob controle eterno, a RA "embeleza" a realidade e deixa o usuário sob controle da experiência. Como é simples, pode até mesmo ser reproduzida na tela de um celular, sendo parte integrante de aplicativos como o jogo Pokémon GO, por exemplo.

O aplicativo Pokémon GO é um bom exemplo dos usos da realidade aumentada, criando experiências lúdicas e que podem reduzir o estresse em situações como pré-operatórios (Imagem: Tumisu/Pixabay/CC0 1.0)
O aplicativo Pokémon GO é um bom exemplo dos usos da realidade aumentada, criando experiências lúdicas e que podem reduzir o estresse em situações como pré-operatórios (Imagem: Tumisu/Pixabay/CC0 1.0)
Foto: Canaltech

A experiência no pré-operatório consistiu do uso de um headset de RA, espécie de capacete que combinava a realidade com algumas ferramentas virtuais específicas ao hospital e à cirurgia que seria feita nos pacientes — uma espécie de informativo para tirar o "medo do desconhecido" da operação, mas de uma forma muito mais interativa e pessoa do que materiais infográficos tradicionais.

Na pesquisa, ambos os grupos de pacientes tiveram seus níveis de ansiedade medidos quatro vezes durante a jornada cirúrgica — duas antes e duas depois do procedimento. No grupo que passou pela experiência de RA, os níveis de estresse diminuíram bastante antes da cirurgia.

Dos 42 pacientes que completaram todos os questionários até o pós-operatório, 30 (ou seja, 71,4%) relataram ter apreciado a experiência, 29 (ou 69%) recomendam a experiência e 28 (ou 66,7%) tiveram interesse em repetir a experiência caso fossem operados no futuro.

Resumo do estudo sobre realidade aumentada e diminuição da ansiedade e estresse pré-operatórios, com os resultados na direita — o grupo de RA teve uma redução significativa em comparação com o grupo de controle (Imagem: Rizzo Jr. et al./JAMA Network Open)
Resumo do estudo sobre realidade aumentada e diminuição da ansiedade e estresse pré-operatórios, com os resultados na direita — o grupo de RA teve uma redução significativa em comparação com o grupo de controle (Imagem: Rizzo Jr. et al./JAMA Network Open)
Foto: Canaltech

Os resultados não pararam por aí. Após o primeiro questionário, que apresentou relatos de melhora promissores, uma segunda leva de dados mostrou que a diminuição de ansiedade e estresse continuou, sugerindo um impacto duradouro na preparação pré-operatória. Não houve efeitos, no entanto, nos níveis de dor ou uso de opioides após os procedimentos, e no último questionário após a cirurgia, os níveis de ansiedade voltaram a ficar similares entre os grupos.

A pesquisa, vale notar, acompanhou apenas uma experiência de RA feita especificamente para pacientes passando pelo mesmo procedimento com o mesmo cirurgião e no mesmo hospital, então estudos para descobrir se o efeito pode ser generalizado terão de ser feitos no futuro — além de checar se será possível adaptar a experiência para situações individuais, por exemplo.

Fonte: JAMA Network Open

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