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Realidade em várias áreas, gamificação possibilita até entrevista em metaverso

Técnicas empregadas em games podem auxiliar em diferentes tarefas dentro e fora das empresas; veja alguns exemplos

31 mai 2022 - 05h00
(atualizado às 11h48)
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A entrada para o escritório da Epic Metaverso
A entrada para o escritório da Epic Metaverso
Foto: Reprodução/ Divulgação

Em menos de 5 minutos eu criei um avatar com as minhas características - cabelo loiro, barba e camiseta preta -, cliquei em avançar e caí no portão de entrada da Epic Metaversos. Enquanto observava o ambiente 2D, parecido com os antigos jogos da franquia Pokémon, um outro avatar se aproximou e me convidou para segui-lo em direção à minha primeira entrevista em um metaverso. 

Um metaverso pode aproximar na velocidade do clique. Se o bate-papo fosse presencialmente, levaria ao menos uma hora (sendo bem otimista) para me descolcar da minha cidade, Aparecida (SP), até o aeroporto mais próximo. Além demais uma hora na ponte áerea São Paulo-Rio, local onde onde estava o meu anfitrião naquele mundo, o fundador do Grupo Epic, Luiz Guilherme Guedes, mais conhecido como Guedes. 

Sem sair da minha casa, passeei pela sede virtual da empresa, vi salas de reuniões, escritórios, carros de kart e até animais de estimação. Guedes também me levou até a casa dele, um ambiente espaçoso, com sofá, uma mesa grande de reunião e lareira. Tudo isso virtualmente. 

Antes de falar de gamificação, pedi para que ele me explicasse onde nós estávamos. Sentado no sofá virtual, Guedes explicou se tratar de uma solução do pós-pandemia.

"O pessoal não quer voltar para o escritório, então, a gente desenhou um escritório para que todo mundo possa trabalhar junto, através dos seus avatares. E isso é uma gamificação corporativa", explica. 

O que é gamificação

O termo gamificação vem da palavra game ("jogo", em português) e pode ser entendido como a aplicação das estratégias dos jogos nas atividades do dia a dia, com o objetivo de aumentar o engajamento dos participantes. Guedes acrescenta: "Não é jogar videogame enquanto trabalha, é fazer com que o trabalho seja divertido como um game". 

A startup fundada por ele tem utilizado a gamificação para auxiliar as empresas a levar o ambiente corporativo para dentro dos computadores. Assim é possível trabalhar em conjunto, mas cada um da sua casa. 

"Cada empresa terá o seu escritório, com salas individuais e de reunião, mesas e cadeiras, local para tomar um café, entre outras opções que podem ser personalizadas. Além disso, é possível que cada pessoa, com o seu avatar, consiga migrar para outros escritórios, encontrando cafeteria, universidade corporativa, cursos, biblioteca, teleconferência. Transferimos o real para o digital", complementa. 

A ideia é emular um ambiente de trabalho. Você pode seguir um colega pelos corredores, cochichar, conversar por câmera e deixar o seu avatar parecido com você. Segundo ele, tudo que se fazia no presencial agora é levado para o metaverso. E isso inclui reuniões, treinamentos, processos, laboratórios, eventos e até campanhas de marketing.

Interface de usuário da Dialog
Interface de usuário da Dialog
Foto: Reprodução/ DIvulgação

Comunicação gamificada 

É possível até gamificar a comunicação, considerada um desafio dentro de empresas, sejam elas grandes ou pequenas, principalmente depois que o ambiente físico deixou de ser utilizado. Essa é a proposta da Dialog, que nasceu como uma rede social de interação entre o colaborador e a empresa. 

Dentro da solução, por exemplo, é possível visualizar todas as novidades de uma empresa, reunir os colaboradores em grupos para diferentes tipos de assunto e notificar mensagens importantes. O diferencial do aplicativo é que toda a interação feita por um funcionário é pontuada em um ranking.

"Ele pode fazer o post de um vídeo com a hashtag ou responder um questionário de uma pesquisa que a empresa está fazendo. O objetivo é criar uma competição saudável dentro da empresa, para a gente ver quem é o colaborador mais engajado, e incentivar que todos saibam de assuntos importantes do trabalho", explica o diretor de crescimento da Dialog, Gabriel Kessler. 

Um universo de possibilidades

Aprender uma habilidade nova utilizando um videogame já não é algo incomum. Através de jogos, alguns aplicativos ensinam outras línguas, programação de computadores, alfabetização financeira, entre outras possibilidades. 

E se eu te falasse que é possível gamificar o seus exercícios físicos, e ganhar recompensas por isso? Esse é o objetivo da VIK, que é resultado do encontro do seu sócio-proprietário Pedro Reis com o prazer de praticar atividades físicas. 

Depois de mudar o próprio estilo de vida, Reis sentiu que precisava incentivar outras pessoas a buscarem hábitos mais saudáveis. Foi assim que ele criou a VIK, que trabalha junto com os recursos humanos de empresas que estejam interessadas em promover uma melhora na saúde de seus colaboradores.

O aplicativo premia com pontos uma pessoa que realizou qualquer tipo de atividade voltada para a saúde, desde que essa atividade seja comprovada por foto ou recursos do próprio aparelho celular. Esses pontos entram em um ranking de cada empresa. O aplicativo ainda pode promover a integração entre diferentes setores, formando times entre os colaboradores. 

O recurso é desenvolvido para colocar sedentários e atletas em pé de igualdade. As empresas costumam recompensar os colaboradores com os melhores resultados com prêmios variados, como roupas para praticar exercícios ou até viagens. 

"Você vai ganhar sempre um ponto por dia e cinco pontos por semana, nunca mais do que isso. A pessoa pode pedalar, correr ou nadar, ela vai ganhar a mesma quantidade de quem fizer apenas uma aula de yoga. O importante é a recorrência, o hábito, não o volume", explica. 

Segundo o sócio-proprietário da empresa, o aplicativo tem mais de 35 mil usuários ativos, dos quais cerca de 13 mil deles eram completamente sedentários. 

E os contras?

Em 2019, o Brasil foi apontado como o País mais ansioso do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. E gamificar tudo, como aponta Luiz Guilherme Guedes, pode, sim, gerar ainda mais ansiedade, mas de duas maneiras.

"Ela pode ser boa e te dar vontade de avançar na sua carreira, se dedicar para cumprir as metas, ou ser ruim e te deixar apavorado com as tarefas", pondera. 

Às vezes, a ideia se parece um pouco com ficção científica, principalmente para mim, uma pessoa não muito habituada com mecânica de games. Mas, em um tempo relativamente curto, eu já lidava muito bem com a plataforma. Será que todo mundo se adaptaria também?

"Não acho que um ambiente gamificado vai atingir todo mundo. Ele não vai ser mandatório. Cada vez mais pessoas novas entram no mundo corporativo, e essas pessoas já estão acostumadas com os games, e elas demandam atividades gamificadas", explica Guedes. 

Fonte: Redação Terra
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