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Remédio injetável reduz reação alérgica grave a alimentos

O omalizumab era prescrito para doenças como asma alérgica e urticária crônica, mas agora está aprovado nos EUA para prevenir as reações alérgicas graves

26 fev 2024 - 18h43
(atualizado em 27/2/2024 às 11h03)
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Você tem alergia a alguma comida? Pesquisadores de Stanford descobriram que um remédio injetável chamado omalizumab pode reduzir a reação alérgica provocada por determinados alimentos. A descoberta foi descrita no periódico New England Journal of Medicine no último domingo (25). 

Foto: SteveAllenPhoto999/Envato / Canaltech

A alergia alimentar é mais comum em crianças, por isso os cientistas responsáveis pelos estudos com o medicamento se concentraram em analisar a interação da substância no público infantil. A ideia é proteger da reação alérgica grave, com sintomas como falta de ar.

Originalmente, o omalizumab foi aprovado para tratar doenças como asma e urticária crônica, mas os pesquisadores descobriram que ele inativa os anticorpos que causam muitos tipos de doenças alérgicas.

Na prática, o medicamento se liga e desativa todos os tipos de imunoglobina E, ou IgE, a molécula causadora de alergia no sangue e nas células imunológicas do corpo. Até agora, o omalizumab mostrou capacidade de proporcionar alívio de vários alérgenos alimentares de uma só vez.

Omalizumab reduz reação alérgica grave

Todos os 177 participantes do estudo eram gravemente alérgicos a amendoim e a pelo menos dois outros alimentos. Após quatro meses de injeções mensais ou bimestrais de omalizumabe, 78% conseguiram comer pequenas quantidades desses alimentos com segurança. 

Remédio injetável reduz reação alérgia grave em crianças (Imagem: twenty20photos/envato)
Remédio injetável reduz reação alérgia grave em crianças (Imagem: twenty20photos/envato)
Foto: Canaltech

Desse grupo, 38% tinham de 1 a 5 anos, 37% tinham de 6 a 11 anos e 24% tinham 12 anos ou mais. As alergias alimentares graves dos participantes foram verificadas por testes cutâneos, e eles reagiram a menos de 100 miligramas de proteína de amendoim e a menos de 300 miligramas de cada alimento.

Em um novo exame, 66,9% dos pacientes que tomaram omalizumabe conseguiram tolerar pelo menos 600 mg de proteína de amendoim, a quantidade de dois ou três amendoins, em comparação com apenas 6,8% dos que receberam placebo. 

O omalizumabe também se mostrou seguro e não causou efeitos colaterais, exceto alguns casos de reações menores no local da injeção.

Aprovação do omalizumab

No último dia 16, o remédio injetável omalizumab foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration, órgão de saúde dos EUA) para alergias. No entanto, a própria FDA aponta, em comunicado, que "os pacientes devem continuar a evitar alimentos aos quais são alérgicos", já que a ideia do medicamento é "o uso repetido para reduzir o risco de reações alérgicas e não está aprovado para o tratamento de emergência imediato de reações alérgicas".

Fonte: The New England Journal of Medicine, FDA

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