Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Remover os ovários antes da menopausa pode aumentar chances de Parkinson

Cientistas estudaram mais de 5 mil americanas e descobriram que quem removeu os ovários antes dos 43 anos teve 5 vezes mais chances de desenvolver Parkinson

10 nov 2022 - 21h16
(atualizado em 11/11/2022 às 12h01)
Compartilhar
Exibir comentários

Pesquisadores descobriram que pessoas com os ovários removidos antes da menopausa podem ter um risco mais elevado de desenvolver Parkinson em idade mais avançada. Isso foi concluído a partir de dados de mais de 5.000 mulheres americanas, incluindo as que tiveram os ovários removidos e as que não tiveram. No caso de quem passou pela cirurgia, as chances de apresentar a doença neurodegenerativa foram 5 vezes maiores.

Os especialistas afirmam que os resultados não provam uma relação de causalidade, ou seja, a cirurgia não causa Parkinson. O estudo, no entanto, corrobora alguns estudos mais antigos que ligam a perda prematura de estrogênio a uma contribuição no desenvolvimento da doença, que, aos poucos vai desabilitando as células que produzem a dopamina, um produto químico que ajudam a controlar o movimento e as respostas emocionais.

Foto: Vetor Stock / Canaltech

Parkinson, estrogênio e menopausa

O Parkinson causa desde tremores, membros enrijecidos e problemas de coordenação a depressão, irritabilidade e problemas com memória e raciocínio — e é 2 vezes mais comum em homens do que em mulheres. É provável que isso se dê por conta do efeito protetivo do estrogênio nas células que produzem dopamina. O hormônio feminino é produzido, primariamente, nos ovários, então a sua remoção antes da menopausa resulta numa queda abrupta do estrogênio.

Pesquisas passadas já ligaram a ooforectomia bilateral, ou remoção de ambos os ovários, ao um risco de desenvolver Parkinson mais tarde na vida, mas a conclusão não é consenso. Esse foi um dos motivos para a pesquisa atual, que estudou 5.500 mulheres do estado americano de Minnesota. Metade delas havia tido uma ooforectomia bilateral entre 1950 e 2007, enquanto a outra metade não passou pelo procedimento e tinha idade equivalente à de sua contraparte.

A cirurgia foi realizada nas participantes tanto para tratar condições não-cancerosas no ovário — como cistos ou outros crescimentos anormais — quanto para diminuir o risco de câncer no órgão. Geralmente, mulheres que passam pela histerectomia, ou remoção do útero, também acabam tendo ambos os ovários retirados, para prevenção de câncer.

Os resultados mostraram que 1% de todas as mulheres do estudo tiveram mal de Parkinson, e 1,5% teve parkinsonismo, uma condição onde algum dos sintomas da doença surgem, mas com causas variadas. Houve mais casos de Parkinson entre as 2.750 mulheres que tiveram os ovários removidos — 32 ocorrências contra 21 nas que não passaram pela cirurgia — e de parkinsonismo — 50 versus 32.

Segundo os dados, a idade foi um fator importante: quem teve os ovários removidos antes dos 43 anos teve 5 vezes mais chances de desenvolver a condição, uma relação que não ocorreu quando o órgão era removido em idade mais avançada. Embora isso não signifique que realizar a cirurgia irá causar Parkinson, a relação é merecedora de atenção por parte da comunidade científica.

Mulheres jovens podem ser aconselhadas a retirar os ovários quando são detectadas mutações genéticas que aumentem as chances de câncer no órgão, uma condição que é costumeiramente fatal. Para a maioria das mulheres, no entanto, essas chances são baixas, então os cientistas afirmam que a remoção apenas para prevenir a doença não é justificada frente ao risco aumentado de Parkinson. Discutir os riscos e benefícios com o médico é, como sempre, altamente recomendado.

Fonte: JAMA Network

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade