Garoto cria robô que ajuda quem precisa tomar remédios
Rafael Sampaio, aluno da codeBuddy, transformou obrigação em diversão com projeto de robótica
Todo mundo que precisa criar uma rotina diária para tomar remédios sabe como a tarefa pode ser desagradável e complexa para a saúde mental. Agora imagine seus remédios sendo trazidos para você por um robô que dança? Essa foi a maneira que Rafael Sampaio, aluno de 14 anos da escola de tecnologia e robótica codeBuddy, encontrou para aliviar o cotidiano pesado que muitas pessoas enfrentam para tomar seus remédios.
Em meio à crise econômica e sanitária, toda risada vai bem: o ano de 2020 foi crucial no Brasil em relação à piora dos números de saúde mental, evidenciando o crescimento de transtornos psiquiátricos em uma população profundamente afetada pela epidemia da Covid-19. De acordo com uma pesquisa publicada em abril de 2021 e encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou no último ano, uma das marcas mais graves ao redor do mundo.
Pequenas ações acabam contando muito na hora de trazer um pouco de alegria para o cotidiano. Essa foi a intenção de Rafael, que usou os princípios de robótica e programação ensinados nos cursos da Codebuddy para criar um robô feito de Lego que pudesse ajudar adultos e crianças: “Eu construí o robô com peças de Lego. Eu o programei com uma base em blocos parecida com a plataforma Scratch. A ideia surgiu por causa de um robô que meu primo tinha, que era um robô de Star Wars que dançava também".
O projeto do jovem mineiro resume bem a intenção da codeBuddy, que coloca as crianças no comando de seu aprendizado e insere o aluno na sociedade para que ele consiga pensar de forma independente e criar soluções para problemas cotidianos. Aprender computação é uma forma de trazer o interesse da criança para o centro do aprendizado, ensinando questões de sobrevivência e criatividade enquanto ela se diverte criando um game, um vídeo para o Youtube ou um robô que ajude a pegar remédios. De acordo com Mitchel Resnick, diretor do grupo Lifelong Kindergarten do MIT, em um mundo repleto de tecnologia, quem não aprender a programar será programado. A intenção da escola é exatamente incentivar o pensamento autônomo e criativo.
Em outubro, a codeBuddy lança um curso rápido chamado ‘Wayfinding: Reprogramando o Futuro’, que colocará crianças e jovens em um ambiente selecionado para que eles desenvolvam as habilidades de seu interesse. Na escola, o ensino é personalizado, com um número reduzido de alunos e material didático inovador.
Projetos como o de Rafael também preparam as crianças para o mercado digital de trabalho: de acordo com a consultoria Gartner, a estimativa é que 100 mil vagas sejam geradas por ano em empregos da área de tecnologia nos próximos anos. O mercado de tecnologia deverá receber cerca de um terço dos investimentos totais da indústria, resultando em uma população cada vez mais interligada ao digital.