Reunião sobre usina que pode cortar internet no Brasil é adiada
Operadoras citam risco de apagão na web brasileira por causa de projeto
A reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) que votaria a aprovação da polêmica usina de dessalinização Ceará que pode afetar a internet de todo o Brasil, segundo operadoras, foi adiada nesta quinta-feira (19).
O conselho, vinculado à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), é responsável por emitir o licenciamento ambiental para obras no Ceará. A votação, portanto, diz respeito ao licenciamento ambiental necessário para que a obra possa seguir.
A instância do Coema não possui relação com o fórum proposto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no início de outubro para discutir os possíveis impactos do projeto em cabos submarinos de internet, informou a agência ao Byte.
A sugestão de um grupo de discussões presidido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e com a participação da própria Anatel, operadoras de telecomunicação e Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará) surgiu após um encontro realizado na Casa da Indústria do Ceará, em Fortaleza.
A agência reguladora deve ter uma nova posição sobre o projeto da usina na Praia do Futuro ainda em outubro.
Entenda polêmica
Segundo reportagem divulgada pelo UOL, as operadoras de banda larga e data centers afirmam que há risco aos cabos submarinos que ligam o Brasil à rede mundial de computadores.
Se o projeto prosseguir, será a construção da maior usina de dessalinização de água do mar do país. No local, chegam 17 cabos e, segundo dados do Ministério das Comunicações, 99% do tráfego da internet do Brasil depende de lá. O local também atende países vizinhos e nações do continente africano.
O governo do estado do Ceará argumenta que não há como mudar o local da obras e que não há qualquer risco envolvido.