Competição reacende discussão sobre máquinas pensantes
19 jun2012 - 07h50
(atualizado às 08h03)
Compartilhar
O Prêmio Loebner, competição de inteligência artificial realizada anualmente na Inglaterra desde 2006, trouxe à tona novamente a discussão sobre o quão próximos estamos de ter tecnologia suficiente para produzir máquinas que pensam. Mesmo em tempos de iniciativas multimilionárias - como o Siri, assistente pessoal de voz do iPhone 4S da Apple -, a resposta ainda está longe de ser encontrada.
Através de um método conhecido como teste de Turing, a competição busca determinar qual robô consegue reproduzir melhor as técnicas de conversação de um ser humano. Quatro juízes se sentam em frente a telas e participam de dois chats simultâneos durante 25 minutos. Em uma das janelas, está uma pessoa; em outra, uma máquina. A tarefa é identificar quem é quem. Se um robô conseguir enganar um jurado, seu criador vence o grande prêmio de US$ 100 mil.
Ninguém jamais obteve o grande prêmio, segundo informações do Guardian. De fato, ano após ano - com algumas raras exceções -, nem ao menos um juiz é enganado.
Quando o método foi proposto, em 1950, seu mentor, Alan Turing, previu que os computadores passariam facilmente no teste dentro de 50 anos. Hoje, 62 anos depois, Turing teria se decepcionado: o "pensamento" dos robôs ainda é rudimentar e incapaz de fazê-los passar por uma pessoa de verdade.
Para um dos participantes, dentro de 30 ou 40 anos existirão máquinas que se assemelhem a humanos, com quem se possa fazer amizades e até se apaixonar. Previsão ainda distante para a tecnologia atual.
Profissionais da área de construção precisam pensar e agir de acordo com as especificações de cada projeto - um processo que seria muito trabalhoso e exigiria uma complexa configuração das máquinas. A tecnologia, porém, deve ajudar cada vez mais os construtores a darem conta do trabalho pesado
Foto: Getty Images
Ainda que sofra alguma resistência por parte dos consumidores, as áreas de telefonia e tecnologia da informação exigem que do outro lado da linha haja um humano que possa resolver os problemas dos usuários. A tecnologia existente ainda não é capaz de captar todos os detalhes de um pedido e ajudar a resolvê-lo de maneira que satisfaça o cliente
Foto: Getty Images
Robôs precisam de alguém que os configure. Profissionais de automação são necessários para criar, configurar, calibrar e manter as máquinas funcionando
Foto: Reuters
Máquinas não são bem-vindas em locais onde a interação humana é valorizada: caso de creches, escolas, universidades e outros locais que empregam professores. Especialmente nos primeiros anos, durante a alfabetização, esses profissionais continuarão sendo muito importantes. Especialistas apontam, porém, que há grandes chances de o ensino superior migrar para aulas online
Foto: Reuters
Com o aumento da quantidade de problemas ambientais, mais e mais pessoas serão necessárias para avaliar e tentar encontrar soluções para os problemas do mundo. Os ambientalistas terão a tarefa de pensar sobre a natureza ainda mais valorizada nos próximos anos
Foto: AP
Apesar de o uso de máquinas ter aumentado consideravelmente nos últimos anos, médicos ainda são necessários para operar e tomar decisões que podem salvar uma vida - além de interagir com seus pacientes
Foto: AP
Pessoas precisam de pessoas que as entendam e com quem possam interagir. Por isso, os cuidados dos profissionais da saúde permanecem importantes e não poderiam ser substituídos por robôs
Foto: Reuters
Apesar de robôs já serem utilizados para organizar e escolher histórias, escritores, jornalistas e editores continuarão sendo necessários para escrever notícias que as pessoas queiram ler e manter meios de comunicação em atividade
Foto: AFP
Profissões que exigem criatividade serão sempre necessárias: publicitários, advogados, analistas financeiros, arquitetos têm funções que exigem discernimento, opinião e julgamento próprios. Já os cargos ocupados por aqueles que auxiliam esses profissionais podem um dia ser preenchidos por máquinas
Foto: AP
Muitas profissões foram tornadas obsoletas com o advento de máquinas e a expansão da tecnologia. Outras passaram a exigir menos interação ou maior conhecimento técnico. Algumas, porém, talvez nunca possam ser assumidas por robôs. Um exemplo é o cargo dos políticos: um presidente-robô precisaria de níveis artificiais de inteligência ainda não desenvolvidos pelos humanos. Os cargos de funcionários do governo, porém, podem estar ameaçados, aponta o Huffington Post