EUA: tecnologia permitirá imprimir robôs em casa em menos de 24h
Pesquisadores americanos estão desenvolvendo uma tecnologia que possibilitará a qualquer pessoa desenvolver e construir robôs e máquinas complexas a partir de seus computadores pessoais em menos de 24 horas. Segundo a equipe envolvida no projeto, a capacidade de criar de forma simples robôs altamente especializados pode causar "um profundo impacto na sociedade".
As pesquisas devem durar cinco anos e envolver especialistas do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e das universidades de Harvard e Pensilvânia. O investimento estimado será de US$ 10 milhões (R$ 18,2 milhões), custeados pela Fundação Nacional de Ciência.
Os cientistas pretendem criar um programa de computador que permita selecionar determinadas características que se deseja para um robô pessoal, tais como a capacidade de se deslocar em determinado ambiente ou manipular objetos.
O programa criaria "arquivos de fabricação", que funcionariam como uma receita a ser seguida por um conjunto de máquinas que construiriam o robô praticamente do zero e com mínima intervenção humana.
A partir daí, o usuário poderia simplesmente "imprimir" o robô usando uma impressora do tipo 3D que produz figuras de sólidos em três dimensões. As máquinas necessárias à fabricação do robô seriam fruto de uma tecnologia criada pela equipe a partir do conceito das "impressoras 3D" - aparelhos que, conectados a um computador, são capazes de fabricar modelos de plástico em três dimensões -, já disponíveis no mercado.
"As impressoras 3D estão se tornando acessíveis, mas nós queremos ir além para criar robôs que envolvam múltiplas funcionalidades, que tenham componentes mecânicos e elétricos, controles e microprocessadores", afirmou à BBC o professor Rob Wood, da Universidade de Harvard.
Segundo ele, a pesquisa abrirá caminho para a comercialização de máquinas que fabricarão robôs nas casas dos usuários ou em estabelecimentos semelhantes às atuais lojas de fotocópias, por um preço inferior a US$ 100 (R$ 182). "O projeto tem a capacidade de democratizar e personalizar a automação a fim de atender às necessidades de cada usuário, seja no caso de equipes de resgate trabalhando em áreas remotas do mundo ou de educadores em salas de aula dos EUA", disse a porta-voz do projeto Lisa-Joy Zgorski.
De acordo com Daniela Rus, do Laboratório de Ciência de Computadores e Inteligência Artificial do MIT, o desenvolvimento da nova tecnologia pode levar à criação de uma comunidade de usuários que trocarão projetos e experiências. "A nossa filosofia é a de que você poderá construir o que imaginar. Imagine um mundo no qual objetos funcionais impressos sejam tão comuns quando folhas de papel impressas", disse.