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Robô Roxxxy custa R$ 21 mil e funciona como parceiro sexual

27 ago 2013 - 05h28
(atualizado às 10h26)
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Conheça Roxxxy, o robô sexual. Dependendo de sua visão, "ela" está ou no limiar da interface humano-robô ou é um efeito moderno das dificuldades de alguns homens de se relacionar com parceiros na vida real.

Embora ajudas sexuais não sejam novas, o que torna Roxxxy diferente é o fato de que "pegamos a inteligência artificial" e "a combinamos a uma forma humana", diz o criador Douglar Hines.

Claro, robôs humanoides são objeto da ficção científica há décadas - desde o filme Metrópolis (1927), de Fritz Lang, ou das histórias Eu, Robô, de Isaac Asimov.

A realidade é um pouco mais estranha.

Robôs que andam têm pouco apelo comercial - eles são caros e sujeitos a quedas se postos em qualquer local que não uma superfície plana.

Um dos melhores do tipo é o robô fêmea japonês que dança e canta HRP-4C, do Instituto Nacional de Tecnologia e Ciência Industrial Avançada (INTCIA).

A principal desvantagem desse tipo de robô é que sua bateria dura pouco - apenas cerca de 20 minutos.

É o suficiente para uma performance de dança impressionante do HRP-4C, dizem seus criadores, mas pouco mais além disso.

"Uma aplicação prática para robôs humanoides bípedes é a indústria do entretenimento", diz o INTCIA, "desde que os robôs possam se mover bem realisticamente como humanos".

Amor pelo robô

Em 2007, o enxadrista britânico e especialista em inteligência artificial David Levy disse em seu livro Amor e Sexo com Robôs que passaríamos a fazer sexo com robôs em cinco anos e que seríamos capazes de amá-los em 40 anos.

Seu argumento se baseia em avanços na engenharia robótica e na programação de computadores - e nas receitas geradas anualmente pela indústria pornográfica.

Esses robôs seriam um "serviço esplêndido" para a humanidade, ele disse.

Quanto a Roxxxy, ela pesa 27 kg, mede 1,70 m e vem com uma variedade de cores de cabelo, membros que se movem e pele que parece real.

Ela é uma ideia original do engenheiro elétrico e cientista da computação Douglas Hines, o fundador da TC Systems and True Companion, que antes trabalhou no laboratório de inteligência artificial da AT&T Bell Laboratories.

Ele diz que o robô sexual surgiu da linha de robôs de especializados em saúde, projetados para cuidar de pacientes idosos ou fracos.

"Nosso conjunto de habilidades se baseia nas robóticas comercial e militar, e o que fizemos foi procurar uma oportunidade no mercado para aplicar essa tecnologia."

"Um mercado muito óbvio é o de cuidados em saúde - mas há um menos conhecido que está ganhando mais e mais importância, que é a indústria do sexo."

Hines diz que seu objetivo ao desenvolver o mecanismo de inteligência artificial do robô era ir além de uma ajuda sexual e prover companhia.

"A experiência com um parceiro vai além disso - e é disso que realmente fomos atrás."

No entanto, não importa o quão bem programado seja um robô, ainda se trata de uma máquina, e o pesquisador concorda que um humanoide de metal e plástico não é capaz de substituir a coisa real - ainda.

"Estamos chegando cada vez mais perto. A diferença entre o que é robótico e mecânico e o que é humano vai diminuir, então é um momento muito excitante."

Roxxxy custa até US$ 9 mil (R$ 21,2 mil) e tem uma versão masculina chamada Rocky. Ainda este ano a companhia planeja lançar um modelo mais avançado, que diz que será móvel e autônomo.

No cerne das nossas relações com essas máquinas está a questão do que significa ser humano e se relacionar com outros.

Embora nenhuma máquina, independentemente do quão bem projetada, possa sentir empatia - algo que nos define como humanos -, ela pode ser capaz de simulá-la bem o suficiente para que entremos no jogo e a tratemos como um ser sensível.

Mas haverá em algum momento mais do que um fetiche ou atração pela novidade na relação com esses robôs?

Numa pesquisa neste ano, uma em 11 pessoas - cerca de 9% - disse a uma pesquisa da YouGov para o site noticioso Huffington Post, dos EUA, que eles estariam preparados para fazer sexo com um robô.

Isso significa mais de 25 milhões de americanos - o que poderia se tradzir em muitas vendas de robôs.

Mas críticos alertam que não deveríamos aceitar robôs como Roxxxy com tanta rapidez.

"É hora de reconsiderar a premissa de que um robô é melhor que nada", diz Sherry Turkle, psicóloga e professora no Massachusetts Institute of Technology.

"Porque, se você está tentando resolver o problema de cuidado e companhia com um robô, você não está tentando resolvê-lo com as pessoas com que você precisa resolver - amigos, família, comunidade."

"Podemos pensar que só estamos fazendo robôs", ela disse neste ano no encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, "mas realmente estamos refazendo valores humanos e conexões.

E isso, diz ela, não é promissor "para adultos que tentam viver de forma autêntica e enfrentar problemas reais e humanos da vida".

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