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Rotavírus é a principal causa de diarreia grave em crianças

Estudo descobriu que o rotavírus é a principal causa de diarreia grave em crianças de até 5 anos. Em seguida, estão a bactéria Shigella e o Norovírus

28 out 2022 - 14h31
(atualizado às 18h05)
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Após analisar dados de mais de 25 países de baixa e média renda, uma equipe internacional de cientistas revelou que o rotavírus (rotavirose) é a principal causa de internações por diarreia em crianças com menos de 5 anos. Nesta faixa etária, o tratamento adequado é fundamental para garantir a recuperação dos pequenos.

Publicado na revista científica BMJ Global Health, o estudo que identificou o vírus como a principal causa de diarreia em crianças pequenas foi baseado na análise de 5,4 mil amostras de fezes. Na hora da coleta, os pacientes estavam internados devido à condição em um hospital pediátrico, entre os anos de 2017 e 2018.

"A diarreia continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade infantil", afirmam os autores do estudo. Por isso, entender quais são as origens do quadro potencialmente mortal são extremamente necessárias e devem guiar novas políticas públicas.

Durante a pesquisa, os cientistas analisaram amostras de diferentes países, como Honduras, Equador, Ucrânia, Índia, Indonésia, Nigéria e Zâmbia. Embora tenha contado com a participação de um pesquisador brasileiro, o Túlio Machado Fumian, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), não foram incluídas amostras nacionais no estudo.

Quais as principais causas de diarreia grave em crianças pequenas?

Foto: Joaquincorbalan/Envato / Canaltech

Em crianças de até 5 anos, estas são as quatro principais causas de diarreias graves:

  1. Rotavírus: o agente infeccioso estava presente em 33,3% das amostras analisadas;
  2. Bactéria Shigella: presente em 9,7% das amostras;
  3. Norovírus: presente em 6,5% das amostras;
  4. Adenovírus tipos 40 e 41: presentes em 5,5% das amostras.

Uma descoberta curiosa da pesquisa é que o rotavírus foi a principal causa de diarreia no total de casos analisados. No entanto, a intensidade não era a mesma em todas as regiões. Para ser mais preciso, o vírus não era um problema tão acentuado nas Américas. É possível presumir que isso ocorra, em partes, porque vacinas contra o agente infeccioso são distribuídas, muitas vezes, de forma gratuita pelos governos locais. No Brasil, isso ocorre através do Sistema único de Saúde (SUS).

Quando se observa os dados sobre diarreia em crianças da América Central, como Honduras e Nicarágua, o principal fator de hospitalização é a bactéria Shingella. No caso da América do Sul, como na Bolívia e no Equador, o principal fator de risco é o norovírus.

Aqui, vale mencionar que, mesmo de fora do estudo, surtos de diarreia causados por norovírus são registrados no Brasil. O mais recente aconteceu em maio deste ano em Salvador, na Bahia.

Causas e sintomas do rotavírus em crianças

Em crianças pequenas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) explica que os principais sintomas do rotavírus são:

  • Vômitos repentinos;
  • Diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo;
  • Febre alta.

Quando o quadro não é tratado, o pequeno pode sofrer com um intenso e agudo caso de desidratação e, consequentemente, ir a óbito. O diagnóstico sempre é confirmado através do exame de fezes, onde será possível identificar o agente causador da infecção.

De forma geral, a transmissão da rotavirose ocorre por via fecal-oral. Basicamente, é transmitido pelo contato com fezes contaminadas. Então, mãos sujas, água não tratada, verduras e frutas não higienizadas e falta de saneamento básico aumentam significativamente o risco de transmissão.

Importância da vacinação

No Brasil, "o imunizante que previne contra o rotavírus humano é a vacina VRH/VORH. A aplicação acontece com uma gotinha na boca dos bebês, a partir da sexta semana de vida", explica o Ministério da Saúde, em nota. Passados 30 dias, a criança deve receber a segunda dose.

Desde o ano de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a vacina rotavírus seja incluída em todos os programas nacionais de imunização. Apesar da orientação, isso ainda não é realidade em muitos países, como o estudo demostra através da alta de casos graves.

"Apesar do impacto substancial da introdução da vacina contra o rotavírus, o rotavírus continuou a ser a principal causa de hospitalizações por diarreia pediátrica. Melhorar a eficácia e a cobertura da vacinação contra o rotavírus e priorizar as intervenções contra Shigella, norovírus e adenovírus poderiam reduzir ainda mais a morbidade e mortalidade por diarreia", completam os pesquisadores.

Fonte: BMJ Global HealthFiocruz e Ministério da Saúde 

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