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Rumores no Twitter podem ter incentivado ataques a escolas, diz relatório

Grupo monitorou mais de 200 perfis até o dia 13 de abril

19 abr 2023 - 15h26
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Boatos que circulam nas redes sociais contribuem para ataques a escolas
Boatos que circulam nas redes sociais contribuem para ataques a escolas
Foto: Pixabay

Um grupo que monitora o comportamento de perfis extremistas nas redes sociais mostrou que uma onda de rumores em redes sociais, mais especificamente no Twitter, pode ter incentivado atentados contra unidades de ensino ocorridos nas últimas semanas no Brasil.

Segundo o relatório, que monitorou 225 perfis no Twitter o até 13 de abril,  56 contas haviam sido suspensas, enquanto 40 estavam ativas e privadas (apenas seguidores podem ver seu conteúdo). Outras 132 estavam ativas e públicas, disseminando o conteúdo na plataforma. As informações foram reveladas pela jornal Folha de São Paulo.

De acordo com os pesquisadores, as comunidades dedicadas à discussão de crimes reais, as "true crime communities", foram tomadas desde o ano passado por perfis que faziam apologia a atentados.

Letícia Oliveira, jornalista que monitora grupos neofascistas no Brasil desde 2011 e editora da revista online El Coyote, explicou à Folha que o número de ameaças explodiu na noite de 9 de abril, e partiu de uma suposta ameaça de ataque nas escolas Rio Grande e Antônio Houaiss, no Rio de Janeiro.

A jornalista começou a receber publicações e fotos de vários locais do Brasil — alguns dos conteúdos com nome de escolas do RJ. 

Nem sempre o conteúdo era autêntico. De acordo com o relatório, as imagens do Rio chegaram a ser usadas em uma suposta ameaça em escolas de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. "Essas ameaças são completamente diferentes. Foi para criar pânico", disse Letícia à Folha.

O Byte tentou contato com o Twitter e recebeu um emoji de fezes como resposta.

Ataques

Uma reportagem do Byte mostrou que o problema não se restringe ao Twitter: a internet, de modo geral, é um dos principais fatores que contribuem com atentados em escolas, tendência crescente no Brasil na última década.

Ao todo, somam-se 22 ocorrências do tipo no país em 21 anos. Eles se iniciam com fóruns com usuários anônimos, redes sociais com moderação permissiva e apps de mensagens como o WhatsApp

São esses perfis que protagonizam ou incentivam atentados como o da Vila Sônia, em São Paulo, no final de março, que matou uma professora, ou o de Blumenau (SC), no início de abril, que resultou em quatro crianças assassinadas.

O que está sendo feito

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse na terça-feira (18) que o Brasil enfrenta uma epidemia de ataques, e disse que as denúncias feitas à pasta sobre o tema caíram de 1.700 em único dia para uma média de 170 casos diários.

Dino se reuniu com representantes das plataformas digitais no país na segunda-feira (10) para discutir o tema e se surpreendeu com a resposta do Twitter, que alegou que uma conta com foto de assassinos de crianças não violava os termos de uso da plataforma.

No início do mês, o ministro havia defendido regulação das plataformas como forma de coibir ataques e citou o dever de cuidado, que aparece dentre as sugestões do governo para o PL 2630.

Fonte: Redação Byte
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