Saiba em que ramo de negócio atuam os 15 multimilionários dos EUA que ficaram mais ricos no último ano
Patrimônio desses magnatas cresceu, seja porque suas empresas não foram afetadas pelo coronavírus, ou porque cresceram graças a ele; veja ranking.
Apesar de 1 milhão de pessoas terem morrido de covid-19 em todo mundo e projeções apontarem para uma contração da economia mundial perto de 5%, alguns negócios prosperaram, assim como a fortuna de seus donos.
Seja porque suas empresas não foram afetadas pelo vírus ou porque cresceram graças a ele.
Gigantes da tecnologia, empresas farmacêuticas e de comércio eletrônico viram suas receitas aumentarem e, por consequência, seu valor de mercado nos últimos meses.
O patrimônio líquido médio das 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos aumentou 8% - já os 15 bilionários que tiveram maior variação patrimonial, viram suas fortunas crescerem 40%, segundo compilação feita pela revista Forbes com base no preço das ações no fechamento do mercado no dia 28 de julho.
No mundo dos negócios, muitos veem esse fenômeno como um exemplo de sucesso em tempos de adversidade.
Mas, para os críticos, trata-se de "especulação", como diz Chuck Collins à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.
Collins é diretor do Programa de Desigualdade do Instituto de Estudos de Políticas, com sede em Washington, nos Estados Unidos. Segundo ele, o sucesso desses magnatas "é indecentemente justaposto aos milhões que perderam riqueza, saúde e meios de subsistência durante a pandemia."
Tecnologia na ponta
As empresas de tecnologia dominam a lista das que mais cresceram, em termos percentuais.
Muitas delas estão vinculadas à segurança cibernética, ao desenvolvimento de software para o setor de saúde, a serviços em nuvem ou a vendas online.
A lista é liderada por Elon Musk, CEO da Tesla Motors e SpaceX, cuja fortuna cresceu 242%. Com patrimônio estimado em US$ 68 bilhões, Musk é o terceiro homem mais rico do mundo, depois de Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Bill Gates, da Microsoft.
Confira abaixo o ranking dos magnatas que mais aumentaram seu patrimônio líquido nos Estados Unidos em termos porcentuais durante o ano passado.
Elon Musk: US$ 68 bilhões (+242%)
CEO da Tesla, empresa de carros elétricos, Elon Musk lidera o ranking dos bilionários que mais aumentaram seu patrimônio em termos porcentuais (+242%), segundo a lista compilada pela revista Forbes.
Ele conseguiu levantar US$ 2 bilhões em financiamento para sua empresa aeroespacial Space X. Também recebeu a primeira parte de um complexo acordo de remuneração da Tesla.
Jensen Huang: US$ 9,8 bilhões (+133%)
O taiwanês-americano Huang é cofundador da Nvidia, empresa multinacional especializada no desenvolvimento de unidades de processamento gráfico e tecnologias de circuitos integrados para computadores de alta capacidade que facilitam o acesso a servidores, computadores pessoais e dispositivos móveis.
O patrimônio de Jensen Huang, cofundador da gigante da tecnologia Nvidia, cresceu 133%
A Nvidia adquiriu a empresa de tecnologia Mellanox por US$ 6,9 bilhões em abril, como parte de uma estratégia de expansão para as áreas de inteligência artificial e data centers.
Jay Chaudhry: US$ 6,9 bilhões (+92%)
Se há alguém que sabe como abrir e vender negócios de tecnologia, é Hay Chaudhry, fundador indiano-americano da empresa de segurança cibernética ZScaler, uma das empresas cujas ações registraram forte alta nos últimos meses.
Chaudhry já criou quatro empresas de tecnologia e vendeu todas elas.
Ernest García 3º: US$ 4,2 bilhões (+83%)
Em 2012, o empresário americano cofundou uma empresa de vendas de carros usados chamada Carvana. Conhecida como "a Amazon dos automóveis", suas ações subiram 77% no ano passado.
Antes de criar a Carvana, Garcia 3º trabalhou na empresa de carros usados de seu pai, DriveTime Automotive Group.
Ernest García 2º: US$ 9,2 bilhões (+68%)
Proprietário da DriveTime, Ernest García 2º (pai de Ernest García 3º) é um dos grandes players no negócio de compra e venda de carros usados e entrega de produtos financeiros, com 127 centros de operações nos Estados Unidos.
Peter Gassner: US$ 4,5 bilhões (+67%)
Sediada na Califórnia, a Veeva Systems é uma empresa de serviços de computação em nuvem, com foco em empresas farmacêuticas e de biotecnologia.
Fundada em 2007 por Peter Gassner, as ações da Veeva subiram 60% no ano passado.
Robert Pera: US$ 10,5 bilhões (+64%)
Pera é o fundador e CEO da Ubiquiti Networks, uma empresa que se dedica principalmente ao projeto de hardware para redes sem fio usadas em comunicação de longa distância e pequenas redes wi-fi.
Sua fortuna aumentou graças à valorização dos ações da Ubiquiti, da qual é o acionista majoritário.
Jack Dorsey: US$ 6,8 bilhões (+62%)
O aumento da fortuna de Jack Dorsey, fundador e CEO do Twitter, se deve ao incrível aumento de 96% no valor das ações de sua empresa de processamento de pagamentos, a Square.
Fundada em 2009 e aberta à negociação em Wall Street desde 2015, a Square se especializou no desenvolvimento de software e hardware para produtos que permitem transações comerciais.
Mackenzie Scott: US$ 57 bilhões (+58%)
Mackenzie Scott se divorciou de Jeff Bezos, o fundador da Amazon, em 2019. Como resultado, ela recebeu ações da empresa equivalentes a US$ 38 bilhões, o que lhe permitiu aumentar seu patrimônio pessoal.
No início de setembro, Scott se tornou a mulher mais rica do mundo, aumentando sua fortuna para US$ 68 bilhões, de acordo com estimativas do Índice Bloomberg de Bilionários. No entanto, as oscilações recentes no mercado de ações fizeram com que ela perdesse essa posição.
Jeff Bezos: US$ 179 bilhões (+57%)
No ano passado, o valor das ações da gigante da tecnologia Amazon subiu 64%.
Bezos, fundador e CEO da empresa, viu seu patrimônio líquido crescer 57%, mantendo sua posição de homem mais rico do mundo.
Em meio à pandemia e com medidas de confinamento que mantiveram os cidadãos em suas casas, a Amazon teve um de seus melhores anos, embora também tenha testemunhado protestos liderados por trabalhadores da empresa e uma investigação antitruste do Congresso dos Estados Unidos
Os outros
Na 11ª posição está Chase Coleman (+53%), dono da firma de investimentos Tiger Global Management, que investiu em empresas de tecnologia e outras ações que se beneficiaram com medidas de isolamento para prevenir a propagação do vírus.
Ele é seguido por Alan Trefler (+46%), graças à atuação de sua empresa de tecnologia Pegasystems e Judy Faulkner (+45%), pelo sucesso de sua empresa Epic Systems, empresa de software voltada para o setor de saúde.
O ranking é completado por Reed Hastings (+43%), cofundador, presidente e CEO da Netflix, e John Doerr (+40%), presidente da empresa de capital de risco Kleiner Perkins, que tem participação em impérios de tecnologia como Amazon e Alphabet (que detém o Google).