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"Sangue puro" | Movimento quer criar bancos de sangue para não vacinados

Na busca pelo suposto "sangue puro", grupos antivacina não querem doação de sangue de pessoas vacinadas contra covid. Especialistas alertam para desinformação

1 fev 2023 - 19h16
(atualizado às 21h28)
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As vacinas contra a covid-19 são seguras, eficazes e já salvaram milhões de vidas na pandemia. Apesar das inúmeras evidências científicas, grupos antivacina continuar a disseminar desinformações e fake news, especialmente nas redes sociais. A última proposta desses indivíduos é a criação de um banco de sangue, onde apenas pessoas não imunizadas possam fazer doações. É a busca por um suposto "sangue puro".

Por trás do conceito de um banco de sangue exclusivo para pessoas não vacinadas, esta a errônea ideia de que os imunizantes e os anticorpos produzidos tornam o sangue do indivíduo "impuro". Na verdade, a questão não é mais um conceito das redes sociais. Isso porque já existem empresas no mercado — que não citaremos o nome —, criadas com a promessa de conectar doadores de sangue não vacinados com receptores. Estas atuam nos EUA, na Europa e na Austrália, por exemplo.

Aparentemente, o foco do movimento é o sangue de pessoas que tomaram vacinas com a tecnologia do mRNA (RNA mensageiro), como as fórmulas da Pfizer e da Moderna. Outras estratégias de imunização, como o uso de um vetor viral (AstarZeneca/Oxford) ou o uso de um vírus inativado (CoronaVac), parecem ser menos preocupantes.

Faz sentido pensar em "sangue impuro" após vacinação?

Foto: seventyfourimages/Envato / Canaltech

Antes de seguirmos, é necessário retomar o sentido das vacinas. Basicamente, um imunizante é desenvolvido para que a pessoa vacinada e a sua comunidade tenham menor risco de serem infectadas por determinados agentes infecciosos, como o vírus da covid-19.

Embora a fórmula induza a uma resposta imunológica e esta produza anticorpos, o sangue da pessoa não é modificado, e isso também não modifica o tipo sanguíneo ou o fator Rh de ninguém. Se analisado, apenas conterá anticorpos ou outras proteínas específicas contra aquela doença e, ao passar dos meses ou anos, a concentração vai diminuindo até não existir mais. Por isso, doses de reforço são necessárias.

"Semelhante a outros imunizantes, a vacina contra covid-19 foi projetada para gerar uma resposta imune que ajuda a proteger um indivíduo contra a doença, mas os próprios componentes da vacina não são encontrados na corrente sanguínea", explica Jessa Merrill, porta-voz da Cruz Vermelha, para a agência de notícias AFP. "As doações de sangue de indivíduos que receberam a vacina são seguras", completa.

Aqui, vale reforçar também que os imunizantes contra covid-19 não são a porta de entrada para um chip, com conexão 5G, e nem fazem com que as pessoas brilhem no escuro, como vaga-lumes.

Movimento anti-vacina na Nova Zelândia

Talvez, o maior símbolo do movimento antivacina pelo "sangue puro" seja o caso de um casal da Nova Zelândia que tentou impedir que o filho fosse operado, de forma emergencial, no mês de dezembro do ano passado. O motivo: a criança precisaria de transfusão de sangue no pós-operatório e, eventualmente, o sangue doado seria de uma pessoa vacinada. O caso foi à justiça e, no fim, a criança passou pela cirurgia necessária.

"Casos como esse se espalham como fogo em sites de notícias e, em seguida, nas mídias sociais, chamando a atenção para as teorias da conspiração antivacina", comenta Katrine Wallace, epidemiologista e professora assistente da Universidade de Illinois em Chicago. "O movimento 'sangue seguro' é baseado 100% na desinformação", acrescenta.

Fonte: France24/AFP  

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