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Sapo, lula e peixe gigantes: animais estão ficando maiores?

Animais "gigantes" têm chocado internautas; será que isso é normal?

20 jan 2023 - 13h59
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Animais gigantes não indicam tendência na natureza, segundo especialista
Animais gigantes não indicam tendência na natureza, segundo especialista
Foto: Terra Byte/Reprodução

Animais de peso e tamanho "fora da curva" têm atraído atenções ao redor do mundo: durante a semana, uma lula gigante de mais de 2,5 metros foi achada no Japão e um sapo-cururu de 2,7 quilos apareceu na Austrália. No final do ano, um peixe-lua de quase 3 toneladas virou notícia em Portugal. Fica a pergunta: será que os animais estão ficando cada vez maiores?

Segundo o doutor em biologia Leonardo Rörig, pesquisador na Universidade Federal de Santa Catarina, não é bem assim que funciona, e tamanhos curiosos de animais "devem ser vistos com reservas".

"Não é uma coisa que mostra uma tendência, necessariamente", diz. 

O cientista explica que o certo é observar padrões, e não aparecimentos específicos. Se uma população inteira de animais está aumentando de tamanho, por exemplo, um alerta deve ser acionado, mas, um único animal que foge da regra é algo plenamente possível do ponto de vista estatístico.

"Não há, até onde se sabe, uma tendência global ou localizada de um aumento do tamanho da fauna", explica.

A lula observada pelos pescadores, inclusive, é de um tamanho padrão para a espécie, mas como o próprio avistamento deste tipo de animal é raro, virou notícia — em setembro do ano passado, uma lula com 3,5 metros foi encontrada, morta, em uma praia na África do Sul.

Animais estão...diminuindo?

Rörig explica que, ao contrário do que se imagina ao se deparar com um sapo de quase três quilos, existem evidências científicas que apontam para uma diminuição do tamanho dos animais com o passar do tempo. 

"Uma das coisas que determina o tamanho da fauna, ao longo de milhões de anos de evolução e seleção natural, é a concentração de oxigênio no ar. Na época dos dinossauros, por exemplos, tínhamos quase 30% de oxigênio na atmosfera, enquanto hoje temos cerca de 20%", afirmou.

Com cada vez menos oxigênio, animais menores, que precisam utilizar menos do elemento para se abastecer, acabam sendo beneficiados por meio da seleção natural.

Por isso, o gigantismo de espécies está associado a épocas com maior abundância do oxigênio em nossa atmosfera — o que não é o caso há alguns milhões de anos. 

"Períodos com mais oxigênio normalmente foram períodos em que a fauna foi gigante. E, sem dúvida, não está havendo um incremento no tamanho da fauna, muito pelo contrário", diz o biólogo.

Fonte: Redação Byte
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